São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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Secretaria quer espaço em novo MAC

Pasta de Cultura volta atrás na promessa de cessão de prédio do Detran; proposta não é bem recebida

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após prometer a cessão de todo o prédio do Detran, em frente ao parque Ibirapuera, para o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, a secretaria de Cultura volta atrás e pede dois andares para serem ocupados por acervo do Estado.
"Estamos propondo que dois andares sejam alocados para comodatos temporários", disse o secretário de Cultura, João Sayad, à Folha. Os comodatos se referem a coleções privadas, ainda em negociação com o Estado. "Soube por eles [o MAC] que o museu possui cerca de 3.500 telas, fora as gravuras. Com cerca de 1.500 metros de parede disponível, isso dá dois metros para cada tela, o que é mais que suficiente. É muita parede para expor", diz Sayad para justificar o pedido.
A proposta foi encaminhada na semana passada à diretora do MAC, Lisbeth Rebollo Gonçalves, que se encontrava em férias até ontem, mas já agendou para hoje uma reunião no museu, com o objetivo de analisar o pedido. Contudo, segundo a Folha apurou, a proposta não foi bem recebida. A assessoria de imprensa do museu afirmou que a ocupação do edifício com exclusividade é uma condição para seu uso.
O prédio do Detran, projetado por Niemeyer nos anos 50, com uma uma reforma em curso ao custo de R$ 54 milhões, foi oferecido ao MAC há dois anos, e seu uso já chegou a ser questionado pela secretaria. Um plano de ocupação previa que dois dos sete andares do prédio principal fossem tomados por setores administrativos do MAC.
"Nós consideramos que o prédio era muito nobre para tanta área administrativa e acertamos que todos os andares do prédio seriam para exposição, e apenas o menor ficaria com reserva técnica e área administrativa", diz Sayad.
A secretaria de Cultura também propôs que o prédio não seja transferido para a USP, mas continue sendo administrado pela secretaria. "Nós temos interesse que o MAC dê certo, mas nos preocupamos em como ele vai administrar aquele gigante. Então, me deu uma "eureca" na cabeça, pois, já que o prédio é nosso, podemos ser os responsáveis pela limpeza, manutenção e segurança, o que reduziria os encargos do museu", conta Sayad.


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