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Secretaria quer espaço em novo MAC
Pasta de Cultura volta atrás na promessa de cessão de prédio do Detran; proposta não é bem recebida
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após prometer a cessão de
todo o prédio do Detran, em
frente ao parque Ibirapuera,
para o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, a secretaria de Cultura volta atrás e
pede dois andares para serem
ocupados por acervo do Estado.
"Estamos propondo que dois
andares sejam alocados para
comodatos temporários", disse
o secretário de Cultura, João
Sayad, à Folha. Os comodatos
se referem a coleções privadas,
ainda em negociação com o Estado. "Soube por eles [o MAC]
que o museu possui cerca de
3.500 telas, fora as gravuras.
Com cerca de 1.500 metros de
parede disponível, isso dá dois
metros para cada tela, o que é
mais que suficiente. É muita
parede para expor", diz Sayad
para justificar o pedido.
A proposta foi encaminhada
na semana passada à diretora
do MAC, Lisbeth Rebollo Gonçalves, que se encontrava em
férias até ontem, mas já agendou para hoje uma reunião no
museu, com o objetivo de analisar o pedido. Contudo, segundo a Folha apurou, a proposta
não foi bem recebida. A assessoria de imprensa do museu
afirmou que a ocupação do edifício com exclusividade é uma
condição para seu uso.
O prédio do Detran, projetado por Niemeyer nos anos 50,
com uma uma reforma em curso ao custo de R$ 54 milhões,
foi oferecido ao MAC há dois
anos, e seu uso já chegou a ser
questionado pela secretaria.
Um plano de ocupação previa
que dois dos sete andares do
prédio principal fossem tomados por setores administrativos do MAC.
"Nós consideramos que o
prédio era muito nobre para
tanta área administrativa e
acertamos que todos os andares do prédio seriam para exposição, e apenas o menor ficaria com reserva técnica e área
administrativa", diz Sayad.
A secretaria de Cultura também propôs que o prédio não
seja transferido para a USP,
mas continue sendo administrado pela secretaria. "Nós temos interesse que o MAC dê
certo, mas nos preocupamos
em como ele vai administrar
aquele gigante. Então, me deu
uma "eureca" na cabeça, pois, já
que o prédio é nosso, podemos
ser os responsáveis pela limpeza, manutenção e segurança, o
que reduziria os encargos do
museu", conta Sayad.
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