São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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COMIDA

Ceia às avessas

Economize tempo e dinheiro para preparar o habitual banquete natalino; veja receitas que usam ingredientes alternativos

LUIZA FECAROTTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Esqueça o peru, as castanhas portuguesas, os pêssegos chilenos. A ideia é subverter a tradicional ceia de Natal, explorar ingredientes alternativos e fazer dupla economia: de tempo e de dinheiro.
Para uma ceia mais em conta e fácil de fazer em casa, Paulo Tiefenthaler, protagonista do programa "Larica Total" (www.laricatotal.com.br), do Canal Brasil, sugere um simples galeto recheado.
É em uma cozinha mal-ajambrada, com "faca de pão para cortar cebola", liquidificador capenga e pia de mármore velho, que o ator encarna um divertido solteirão de 40 anos para mostrar "a vida como ela é". Sem direção de arte, sem maquiagem, sem texto decorado. "Faço uma culinária básica. As pessoas querem se divertir com isso. Cozinhar é alegre."
Mãos à obra: "Tempere [o galeto natalino] como quiser. Toque na comida, não fique com medinho." Para recheá-lo, faça uma farofa de farinha de mandioca com ovos, bacon, banana, cebola e alho. "Tem gente que acha o que eu faço no programa nojento. É comida. Você já limpou uma galinha na sua vida? Não é agradável. É a vida real."
Por cima do galeto, ele salpica farofa de biscoito "cream cracker" esfarelado. Para acompanhar, molho feito com cebola e alho refogados, linguicinhas picadas e douradas na frigideira, milho, azeitonas e pimentões também picados -"de cores distintas para dar aquele show de luzes".
Não desperdice nada: aquela batata que está brotando na geladeira pode compor a mesa. "Dê uma leve cozida nela. Depois, parta ao meio e retire um pouco da batata com uma colher de sopa. Recheie com requeijão e queijos que sobraram, misture e coloque com casca e tudo no forno", ensina.

Sugestão de chef
O chef Fred Frank, do bufê homônimo (www.fredfrank.com.br), também aproveita o mote para propor adaptações. Troca as castanhas portuguesas, "que são muito caras", por banana-da-terra na receita da farofa que acompanha ou recheia o peru. O ingrediente torna "a receita mais brasileira -e ainda mantemos o adocicado que a castanha dá", diz Frank.
Outra ideia para acompanhar é o cuscuz paulista, sem frutos do mar. "Antes, fazia o cuscuz com dois quilos de camarão, e era muito caro. A ideia agora é apenas guarnecer o cuscuz com um molho de camarão."
Assim, é possível utilizar camarões menores e prepará-lo num refogado de tomate e cebola. "Também faço um caldo com a casca do camarão, que acrescento aos poucos no refogado e, para dar mais textura, coloco um pouquinho de farinha de mandioca."
Se a intenção é fazer uma mesa farta, típica das ceias natalinas, a quiche de pera seca com "cream cheese" (no lugar do queijo de cabra) pode ser mais uma alternativa. Forre uma assadeira de fundo solto com a massa e, sobre ela, coloque a pera seca e o queijo cremoso.
Faça, à parte, um recheio líquido com 700 ml de creme de leite, 300 ml de leite, dez ovos batidos com sal e pimenta para acrescentar em seguida à assadeira, para completar a quiche.
Na ala das frutas, substitua as importadas pelas nacionais. Segundo Frank, uma dica são as lichias em conserva, "mais baratas e tão carnudas e ricas quanto as frescas".

Sobremesa farta
Mesa farta -e econômica- também na sobremesa: bolo de maçã com passas, brownie e bolo de amendoim com doce de ovos. "Você vai gastar em torno de R$ 12 por receita para servir cerca de 25 pessoas", diz a doceira Laura Estima, da caseira Doce de Laura. São receitas simples e de preparo rápido.
Maçã, passas e aveia dão a base para o bolo que tem uva-passa salpicada e um toque de canela. "Pode até ficar para o café da manhã do dia seguinte; existe esse costume de comer o resto da ceia no dia seguinte."
Já o bolo de amendoim é "tradicional da culinária portuguesa". "Faço geralmente com nozes, mas, para não gastar tanto, podemos usar amendoim, que é mais em conta e também fica muito saboroso. Nessa receita podemos até usar pão velho no lugar da farinha de rosca." A massa, inclusive, pode ser preparada com antecedência de três dias, o que pode facilitar a dinâmica do "mise en place".


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