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COMIDA
Ceia às avessas
Economize tempo e dinheiro para preparar o habitual banquete natalino; veja receitas que usam
ingredientes alternativos
LUIZA FECAROTTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Esqueça o peru, as castanhas
portuguesas, os pêssegos chilenos. A ideia é subverter a tradicional ceia de Natal, explorar
ingredientes alternativos e fazer dupla economia: de tempo e
de dinheiro.
Para uma ceia mais em conta
e fácil de fazer em casa, Paulo
Tiefenthaler, protagonista do
programa "Larica Total"
(www.laricatotal.com.br),
do Canal Brasil, sugere um
simples galeto recheado.
É em uma cozinha mal-ajambrada, com "faca de pão
para cortar cebola", liquidificador capenga e pia de mármore
velho, que o ator encarna um
divertido solteirão de 40 anos
para mostrar "a vida como ela
é". Sem direção de arte, sem
maquiagem, sem texto decorado. "Faço uma culinária básica.
As pessoas querem se divertir
com isso. Cozinhar é alegre."
Mãos à obra: "Tempere [o galeto natalino] como quiser. Toque na comida, não fique com
medinho." Para recheá-lo, faça
uma farofa de farinha de mandioca com ovos, bacon, banana,
cebola e alho. "Tem gente que
acha o que eu faço no programa
nojento. É comida. Você já limpou uma galinha na sua vida?
Não é agradável. É a vida real."
Por cima do galeto, ele salpica farofa de biscoito "cream
cracker" esfarelado. Para
acompanhar, molho feito com
cebola e alho refogados, linguicinhas picadas e douradas na
frigideira, milho, azeitonas e
pimentões também picados
-"de cores distintas para dar
aquele show de luzes".
Não desperdice nada: aquela
batata que está brotando na geladeira pode compor a mesa.
"Dê uma leve cozida nela. Depois, parta ao meio e retire um
pouco da batata com uma colher de sopa. Recheie com requeijão e queijos que sobraram, misture e coloque com
casca e tudo no forno", ensina.
Sugestão de chef
O chef Fred Frank, do bufê
homônimo (www.fredfrank.com.br), também aproveita o
mote para propor adaptações.
Troca as castanhas portuguesas, "que são muito caras", por
banana-da-terra na receita da
farofa que acompanha ou recheia o peru. O ingrediente torna "a receita mais brasileira -e
ainda mantemos o adocicado
que a castanha dá", diz Frank.
Outra ideia para acompanhar
é o cuscuz paulista, sem frutos
do mar. "Antes, fazia o cuscuz
com dois quilos de camarão, e
era muito caro. A ideia agora é
apenas guarnecer o cuscuz com
um molho de camarão."
Assim, é possível utilizar camarões menores e prepará-lo
num refogado de tomate e cebola. "Também faço um caldo
com a casca do camarão, que
acrescento aos poucos no refogado e, para dar mais textura,
coloco um pouquinho de farinha de mandioca."
Se a intenção é fazer uma mesa farta, típica das ceias natalinas, a quiche de pera seca com
"cream cheese" (no lugar do
queijo de cabra) pode ser mais
uma alternativa. Forre uma assadeira de fundo solto com a
massa e, sobre ela, coloque a
pera seca e o queijo cremoso.
Faça, à parte, um recheio líquido com 700 ml de creme de
leite, 300 ml de leite, dez ovos
batidos com sal e pimenta para
acrescentar em seguida à assadeira, para completar a quiche.
Na ala das frutas, substitua as
importadas pelas nacionais. Segundo Frank, uma dica são as
lichias em conserva, "mais baratas e tão carnudas e ricas
quanto as frescas".
Sobremesa farta
Mesa farta -e econômica-
também na sobremesa: bolo de
maçã com passas, brownie e
bolo de amendoim com doce de
ovos. "Você vai gastar em torno
de R$ 12 por receita para servir
cerca de 25 pessoas", diz a doceira Laura Estima, da caseira
Doce de Laura. São receitas
simples e de preparo rápido.
Maçã, passas e aveia dão a base para o bolo que tem uva-passa salpicada e um toque de canela. "Pode até ficar para o café
da manhã do dia seguinte; existe esse costume de comer o resto da ceia no dia seguinte."
Já o bolo de amendoim é
"tradicional da culinária portuguesa".
"Faço geralmente com nozes,
mas, para não gastar tanto, podemos usar amendoim, que é
mais em conta e também fica
muito saboroso. Nessa receita
podemos até usar pão velho no
lugar da farinha de rosca." A
massa, inclusive, pode ser preparada com antecedência de
três dias, o que pode facilitar a
dinâmica do "mise en place".
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