São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Crítica

"Operação França 2" mostra colapso do protagonista

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após "Operação França", parecia impossível, em 1971, falar mais a fundo sobre o colapso do mundo. Um mundo, no caso deste longa de William Friedkin, sob injustiça e violências brutais.
O filme olha ao redor, mas com certa atenção a Popeye Doyle, o detetive linha-dura que caça obsessivamente um traficante, cometendo ações loucas como perseguir de carro um bandido que está fugindo de metrô.
O único modo de afundar a lâmina na ferida seria, portanto, por meio deste marcante personagem. E, em 1975, John Frankenheimer tenta, rodando "Operação França 2" (TC Cult, 19h45). O foco, agora, está em Popeye, seqüestrado por bandidos que, à força, aplicam nele doses de heroína até torná-lo um viciado.
Penando com a abstinência, o tira mostrará o braço pedindo um pico, como uma criança querendo doce. É o colapso do homem, não do mundo, e cuja imagem desairosa, ainda assim, perde para o distópico e seco final do primeiro filme.


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