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Crítica
"Operação França 2" mostra colapso do protagonista
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após "Operação França", parecia impossível, em 1971, falar
mais a fundo sobre o colapso do
mundo. Um mundo, no caso
deste longa de William Friedkin, sob injustiça e violências
brutais.
O filme olha ao redor, mas
com certa atenção a Popeye
Doyle, o detetive linha-dura
que caça obsessivamente um
traficante, cometendo ações
loucas como perseguir de carro
um bandido que está fugindo
de metrô.
O único modo de afundar a
lâmina na ferida seria, portanto, por meio deste marcante
personagem. E, em 1975, John
Frankenheimer tenta, rodando
"Operação França 2" (TC
Cult, 19h45). O foco, agora, está
em Popeye, seqüestrado por
bandidos que, à força, aplicam
nele doses de heroína até torná-lo um viciado.
Penando com a abstinência,
o tira mostrará o braço pedindo um pico, como uma criança
querendo doce. É o colapso do
homem, não do mundo, e cuja
imagem desairosa, ainda assim,
perde para o distópico e seco final do primeiro filme.
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