São Paulo, segunda, 4 de janeiro de 1999

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O ano de George Lucas


Novo filme da série "Guerra nas Estrelas", que estréia em 24 de junho no Brasil, é prova de força do diretor na indústria cinematográfica


da Reportagem Local

O inventor do cinema de entretenimento contemporâneo volta a atacar. Mas nem George Lucas, o milionário produtor, dono da mais perfeita fábrica de efeitos especiais da atualidade, está livre dos perigos do lado negro da Força.
Seu desafio, 22 anos após ter sido catapultado para o sucesso por "Guerra nas Estrelas", é não decepcionar. E há uma longa lista de ávidas expectativas em cima de "A Ameaça Fantasma - Episódio 1" ("The Phantom Menace"), que estréia em 21 de maio nos EUA e no dia 24 de junho no Brasil.
O filme retoma a narração da jornada mítica do herói. Agora, porém, ela é protagonizada por Anakin Skywalker, pai de Luke, que se tornará o temível Darth Vader.
Escrito nos anos 70, juntamente com as oito outras partes que compõem a saga de Lucas, esse é o quarto episódio a ser filmado.
Como antes, a história de Anakin foi dividida em três partes. Nessa primeira, ele é uma criança que começa a ser iniciada nos poderes da Força para tornar-se Jedi.
O elenco inclui Liam Neeson ("A Lista de Schindler"), o novo querido dos diretores Ewan McGregor ("Trainspotting"), como a versão jovem de Obi-Wan Kenobi (interpretado por Alec Guiness na primeira trilogia), e Samuel L. Jackson, fã confesso da saga.
²
Indústria
Uma das pressões mais fortes sobre o novo filme de Lucas vem da indústria, e não apenas cinematográfica. "Guerra nas Estrelas" é também uma marca, parindo anualmente milhares de filhotes nas mais diversas áreas de consumo. E a proporção do sucesso do filme deve se refletir na multiplicação das cifras dos negócios.
Esses produtos vêm alimentar uma legião de aficionados, integrantes de uma galáxia paralela habitada por Jedis, eworks, sabres de luz e naves espaciais.
Obcecados por cada detalhe da história e da realização do épico que opõe os dois lados da Força (essa entidade mística, propositadamente indefinida), os fãs em todo o mundo fazem contagem regressiva para a estréia.
Deram uma pequena amostra do que virá na primeira exibição do primeiro (sim, haverá um segundo) trailer do filme. Lotaram cinemas para assistir à amostra de dois minutos das novas peripécias de Lucas. Quando acabou, voltaram para casa sem dar a mínima atenção para o filme em cartaz.
Dar a eles o que desejam e continuar a fazer rodar a máquina da indústria são tarefas do diretor.
Mas é impossível esquecer das expectativas do próprio Lucas. Afinal, ele tomou para si a tarefa de dirigir "A Ameaça Fantasma", coisa que não fazia desde o primeiro "Guerra nas Estrelas", de 1977.
Brincadeira de quem já tem sucesso suficiente ou esforço de preservar a integridade de uma idéia? No mínimo, é a prova de resistência para o herói do cinema blockbuster. (PATRICIA DECIA)


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