São Paulo, segunda, 4 de janeiro de 1999

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Um diretor sem medo de sonhar

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

A principal qualidade de George Lucas é não ter medo de sonhar. Situado em alguma posição de uma linha imaginária ligando Walt Disney a Gene Roddenberry, Lucas nunca "pensou pequeno". A única diferença entre ele e outros adolescentes sonhadores é que Lucas descobriu como transformar idéias malucas em realizações.
Quando começou a rascunhar aquilo que se tornaria o império de "Guerra nas Estrelas", ainda no colégio, o autor já imaginava seus personagens em brinquedos e jogos. Não é por acaso que os heróis criados por Lucas foram pioneiros em formatos como videogame, CD-ROM e RPG. O mundo de "Guerra nas Estrelas" se adaptou a cada novo suporte para entretenimento que a tecnologia criou nas últimas duas décadas.
Essa atitude reflete o cinema de George Lucas: diversão pura. Com a exceção de seu primeiro filme, "THX1138", exemplo de ficção científica chata e "cabeça", toda a obra do cineasta buscou envolver o espectador em aventura. Qualquer filme seu pode ser imaginado em livro, quadrinhos, desenho animado ou game -e a grande maioria chegou a todos esses formatos.
"Guerra nas Estrelas" mistura lendas de cavaleiros medievais com Flash Gordon. A série de três filmes com o intrépido arqueólogo Indiana Jones, que fez a quatro mãos com o amigo Steven Spielberg, reúne a inocência dos seriados dos anos 40 com a edição rápida das séries de TV dos anos 60. Referências de um cineasta que tem prazer em ser popular.
Integrante da primeira geração americana de diretores saída dos cursos universitários de cinema, como Francis Coppola e Peter Bogdanovich, Lucas aprendeu cedo a fazer filmes para serem vistos com um balde de pipocas no colo.
Lucas gasta (e ganha) toneladas de dinheiro com suas fantasias. O público das matinês agradece.



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