JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

O caso é raro: um restaurante fecha, como quem vai embora para sempre, e, anos depois, reabre. Foi o que aconteceu com o La Bettola, recém-inaugurado no mesmo local onde funcionara entre 1979 e 1997.
Em toda sua história, o restaurante foi tocado por Laura (Lala) Giarelli, 67. Dois anos atrás, fatigada e um tanto decepcionada com a queda no movimento, ela fechou as portas. O ânimo para o retorno foi dado com a entrada de novas sócias, a chef Tânia Biagi, 44, e a advogada Silvia Romano, 50.
A formação do trio deu uma lufada de renovação ao restaurante. Uma reforma arejou o ambiente que, no passado, era um tanto soturno. A cozinha é moderna e a comida também ganhou novidades, embora mantendo alguns dos hits do passado.
É o mesmo chef, o alagoano José Soares da Silva, 39, que continua tocando a cozinha, mas, no lugar de Lala, é agora Tânia Biagi que coordena a operação. Ela fez cursos de culinária no Brasil e nos Estados Unidos, trabalhou como monitora no Senac e estagiou no restaurante Roanne, com o chef Emmanuel Bassoleil. São de sua lavra alguns dos novos pratos da casa.
Os clássicos do La Bettola continuam lá, como penne alla vodca; ravioli al ragu; e o exótico filé enrolado em presunto cru, que fica um pouco seco por dentro, servido com molho rôti. Em outros pratos, se poderia observar melhor os pontos de cozimento (caso dos camarões servidos com molho de tomate e rúcula sobre rigatoni); é também possível obter mais sutileza de molho, como o de açafrão, muito espesso, que acompanha o filé de linguado este, porém, servido úmido, num belo ponto. A boa notícia é que os sabores em si não decepcionam, mostrando o potencial renovado do redivivo La Bettola.

Cotação: $$$ Avaliação:  

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim