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Avallone reclama de ir para o banco na Band
Apresentador é substituído por Datena em mesa-redonda a partir deste domingo
Ele comandou programa até emissora obter o direito de transmitir futebol: "Driblei, sofri o pênalti e chamaram outro para marcar o gol"
LAURA MATTOS
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais antigo apresentador de
mesa-redonda da TV brasileira,
Roberto Avallone, 60, não gostou nada de ser mandado para o
banco de reservas na Band.
Estrela do time até o ano passado, ele será substituído por
José Luiz Datena a partir desta
noite. Sai de campo no melhor
momento da partida, justamente quando a emissora volta
à "primeira divisão", ao fechar
acordo com a Globo para transmitir os principais campeonatos de futebol do país.
"Tenho comigo a sensação de
que eu fui o jogador que driblei
a defesa adversária e sofri o pênalti. Na hora de fazer o gol de
pênalti, que é mais fácil, e de comemorar com a galera, chamaram outro e não eu, está claro?", comparou ele, em entrevista à Folha, na quinta-feira.
Na Band, há diretores que
consideram seu estilo ultrapassado. Ele parte para cima: "Faria esse gol de pênalti de letra".
Datena, conhecido pelos berros histéricos em programas
policialescos, seria a alternativa para "oxigenar" a mesa-redonda. Avallone, seu desafeto
não-declarado, prefere não comentar, mas não deixa de chutar de leve: "Com o pouco recurso que a gente tinha [quando a Band não possuía o direito
dos campeonatos], nunca tivemos problemas de audiência.
Qualquer apresentador agora
tem obrigação de dar o dobro".
Avallone não joga na retranca, mas sabe que não é hora de
partir com tudo ao ataque. Repete na entrevista "n" vezes
que "a Band marcou um golaço
ao obter os jogos". Seu contrato
vence em abril, e ele tem agendada para 5 de março reunião
com Marcelo Parada, vice-presidente da Band, e Elisabetta
Zenatti, diretora-geral de programação. Como foi claramente escanteado do novo time esportivo da casa -que conta,
além de Datena, com a ex-Miss
Brasil Renata Fan e a modelo e
apresentadora Luize Altenhofen-, Avallone apresentou um
projeto para atuar fora do futebol. "É um programa de jornalismo com temas polêmicos."
Também não nega um namoro com a Record (que deixa
neste ano de transmitir futebol, após romper a parceria
com a Globo) e com sua principal grife esportiva, Milton Neves. "Estou me dando muito
bem com ele. Entre tapas e beijos... Melhor, entre tapas e
abraços, são mais abraços do
que tapas. Considero o Milton
Neves, hoje, o nome mais forte
do esporte pelo conjunto da
obra, embora eu me considere
tão competente quanto. Mas
ele, além da competência, tem
um valor comercial."
Último a saber
O que mais deixou Avallone
irritado foi o fato de ter descoberto por notas em jornais e sites que levaria um cartão vermelho. Só na sexta-feira, dia 26,
foi informado oficialmente pela direção da Band de que seu
"Show do Esporte" de domingo
seria o último. "A minha ferramenta de trabalho é a minha
competência e, do jeito que foi
feito, eu sabendo por site... Foi
lamentável e injusto. Solicitei
férias para me recuperar do
desgaste sofrido", conta.
O "Show do Esporte" de Avallone marcava de três a quatro
pontos no Ibope (entre 165 mil
e 220 mil domicílios na Grande
SP), bom resultado para um canal até então sem futebol, cuja
média diária gira em torno de
dois pontos. Com Datena, a mesa-redonda mudou de nome.
Será "Por Dentro da Bola" e
contará com a participação dos
ex-jogadores Müller, Marcelinho Carioca e Neto e a eventual
presença de Renata Fan, que
amanhã passa a comandar na
emissora uma mesa-redonda
diária no horário do almoço.
Metrossexual
Enquanto não decide seu futuro, Avallone dará um tapa no
visual: "Vou ficar bonitinho.
Vou fazer uma correção nas
pálpebras e pretendo voltar
cinco quilos mais magro e
bronzeado". No cabelo, mantém rinsagem em tom castanho
escuro. "A TV é um meio no
qual o visual é importante", diz
Avallone, para quem a Band pagava ternos do estilista Ricardo
Almeida, o mesmo de Lula.
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