São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Avallone reclama de ir para o banco na Band

Apresentador é substituído por Datena em mesa-redonda a partir deste domingo

Ele comandou programa até emissora obter o direito de transmitir futebol: "Driblei, sofri o pênalti e chamaram outro para marcar o gol"

LAURA MATTOS
EDUARDO ARRUDA

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais antigo apresentador de mesa-redonda da TV brasileira, Roberto Avallone, 60, não gostou nada de ser mandado para o banco de reservas na Band.
Estrela do time até o ano passado, ele será substituído por José Luiz Datena a partir desta noite. Sai de campo no melhor momento da partida, justamente quando a emissora volta à "primeira divisão", ao fechar acordo com a Globo para transmitir os principais campeonatos de futebol do país.
"Tenho comigo a sensação de que eu fui o jogador que driblei a defesa adversária e sofri o pênalti. Na hora de fazer o gol de pênalti, que é mais fácil, e de comemorar com a galera, chamaram outro e não eu, está claro?", comparou ele, em entrevista à Folha, na quinta-feira.
Na Band, há diretores que consideram seu estilo ultrapassado. Ele parte para cima: "Faria esse gol de pênalti de letra".
Datena, conhecido pelos berros histéricos em programas policialescos, seria a alternativa para "oxigenar" a mesa-redonda. Avallone, seu desafeto não-declarado, prefere não comentar, mas não deixa de chutar de leve: "Com o pouco recurso que a gente tinha [quando a Band não possuía o direito dos campeonatos], nunca tivemos problemas de audiência. Qualquer apresentador agora tem obrigação de dar o dobro".
Avallone não joga na retranca, mas sabe que não é hora de partir com tudo ao ataque. Repete na entrevista "n" vezes que "a Band marcou um golaço ao obter os jogos". Seu contrato vence em abril, e ele tem agendada para 5 de março reunião com Marcelo Parada, vice-presidente da Band, e Elisabetta Zenatti, diretora-geral de programação. Como foi claramente escanteado do novo time esportivo da casa -que conta, além de Datena, com a ex-Miss Brasil Renata Fan e a modelo e apresentadora Luize Altenhofen-, Avallone apresentou um projeto para atuar fora do futebol. "É um programa de jornalismo com temas polêmicos."
Também não nega um namoro com a Record (que deixa neste ano de transmitir futebol, após romper a parceria com a Globo) e com sua principal grife esportiva, Milton Neves. "Estou me dando muito bem com ele. Entre tapas e beijos... Melhor, entre tapas e abraços, são mais abraços do que tapas. Considero o Milton Neves, hoje, o nome mais forte do esporte pelo conjunto da obra, embora eu me considere tão competente quanto. Mas ele, além da competência, tem um valor comercial."

Último a saber
O que mais deixou Avallone irritado foi o fato de ter descoberto por notas em jornais e sites que levaria um cartão vermelho. Só na sexta-feira, dia 26, foi informado oficialmente pela direção da Band de que seu "Show do Esporte" de domingo seria o último. "A minha ferramenta de trabalho é a minha competência e, do jeito que foi feito, eu sabendo por site... Foi lamentável e injusto. Solicitei férias para me recuperar do desgaste sofrido", conta.
O "Show do Esporte" de Avallone marcava de três a quatro pontos no Ibope (entre 165 mil e 220 mil domicílios na Grande SP), bom resultado para um canal até então sem futebol, cuja média diária gira em torno de dois pontos. Com Datena, a mesa-redonda mudou de nome. Será "Por Dentro da Bola" e contará com a participação dos ex-jogadores Müller, Marcelinho Carioca e Neto e a eventual presença de Renata Fan, que amanhã passa a comandar na emissora uma mesa-redonda diária no horário do almoço.

Metrossexual
Enquanto não decide seu futuro, Avallone dará um tapa no visual: "Vou ficar bonitinho. Vou fazer uma correção nas pálpebras e pretendo voltar cinco quilos mais magro e bronzeado". No cabelo, mantém rinsagem em tom castanho escuro. "A TV é um meio no qual o visual é importante", diz Avallone, para quem a Band pagava ternos do estilista Ricardo Almeida, o mesmo de Lula.


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