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Crítica
Filmes apresentam anticomunismo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É à política que o Turner
Classic Movies (TCM) dedica a
primeira parte de sua programação. E como a política muda
com as nuvens, veremos como
"Ninotchka" (16h30), de 1939,
e "O Inimigo X" (18h25), de
1940, criam uma imagem desfavorável à União Soviética
que, logo em seguida, invadida
pela Alemanha, outros filmes
tratariam de corrigir, transformando os soviéticos nos invariáveis paladinos da liberdade.
Não se trata ainda de Guerra
Fria, mas de guerra quente. A
Segunda Guerra batia à porta, e
os americanos não sabiam se
podiam contar com os russos
como aliados. Talvez porque
não tivessem visto "Alexandre
Nevski", de Eisenstein (1938),
acreditavam mais no Pacto
Germano-Soviético.
"O Inimigo X" é, de certa forma, uma sombra de "Ninotchka", embora ali pontifiquem
nomes de prestígio como King
Vidor ou Ben Hecht e Charles
Lederer, ou ainda Clark Gable e
Hedy Lamarr. Uma bela sombra, mas um tanto engajada demais no anticomunismo e, nesse sentido, datada. Já "A Mundana" (21h), de 1948, gira em
torno das incertezas, ambigüidades e sombras do pós-guerra.
Tire a expressão "pós-guerra" e
temos quase uma definição do
trabalho de Billy Wilder.
A noite termina em ritmo de
casamento, começando com o
irretocável "Núpcias de Escândalo" (22h), de George Cukor, depois o belo "O Papai da
Noiva" (1h35), de Vincente
Minnelli, e terminando com
"Núpcias Reais" (3h10).
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