São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Crítica

Filmes apresentam anticomunismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É à política que o Turner Classic Movies (TCM) dedica a primeira parte de sua programação. E como a política muda com as nuvens, veremos como "Ninotchka" (16h30), de 1939, e "O Inimigo X" (18h25), de 1940, criam uma imagem desfavorável à União Soviética que, logo em seguida, invadida pela Alemanha, outros filmes tratariam de corrigir, transformando os soviéticos nos invariáveis paladinos da liberdade.
Não se trata ainda de Guerra Fria, mas de guerra quente. A Segunda Guerra batia à porta, e os americanos não sabiam se podiam contar com os russos como aliados. Talvez porque não tivessem visto "Alexandre Nevski", de Eisenstein (1938), acreditavam mais no Pacto Germano-Soviético.
"O Inimigo X" é, de certa forma, uma sombra de "Ninotchka", embora ali pontifiquem nomes de prestígio como King Vidor ou Ben Hecht e Charles Lederer, ou ainda Clark Gable e Hedy Lamarr. Uma bela sombra, mas um tanto engajada demais no anticomunismo e, nesse sentido, datada. Já "A Mundana" (21h), de 1948, gira em torno das incertezas, ambigüidades e sombras do pós-guerra. Tire a expressão "pós-guerra" e temos quase uma definição do trabalho de Billy Wilder.
A noite termina em ritmo de casamento, começando com o irretocável "Núpcias de Escândalo" (22h), de George Cukor, depois o belo "O Papai da Noiva" (1h35), de Vincente Minnelli, e terminando com "Núpcias Reais" (3h10).


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