São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011 |
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CRÍTICA AÇÃO Tragédia no mar de "Santuário" gera sensação de claustrofobia ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA James Cameron gosta de tragédias marítimas, como atestam "O Segredo do Abismo" (1989) e "Titanic" (1997). "Santuário" -produzido por Cameron e dirigido pelo novato australiano Alister Grierson- se inscreve na mesma linhagem. Trata-se de um filme de ação gravado em 3D que conta a história de um grupo de espeleólogos, especialistas em cavidades naturais, que explora a caverna de Esa-ala, no Pacífico Sul. O lugar é um dos últimos do planeta ainda desconhecidos pelo homem. A expedição é liderada por Frank McGuire (Richard Roxburgh), um explorador experiente que age sempre de modo frio e autoritário com seus comandados. Um deles é o próprio filho de 17 anos, Josh (Rhys Wakefield), que discorda da conduta e das decisões do pai. Uma das linhas de força da história é o conflito entre pai e filho, em que a questão do poder é central. Mas os roteiristas Andrew Wight e John Garvin não conseguem extrair nada além de trivialidades edipianas sobre o tema. Enquanto os mergulhadores avançam pelo labirinto de cavernas, uma súbita tempestade inunda várias delas e provoca deslizamentos de terra que fecham todas as saídas. Como é impossível retroceder, o grupo precisa encontrar um caminho até o mar para voltar a ver a luz do dia. Quase toda a trama do filme se desenrola durante o mergulho, ou seja, entre cavernas estreitas tomadas por turbilhões, o que pode provocar claustrofobia no espectador, enfatizada pelo realismo oferecido pelas imagens em 3D, captadas por câmeras semelhantes às usadas por Cameron em "Avatar" (2009). Muito mais desagradável do que a sensação de encarceramento é ter de engolir que um explorador tão calejado e cheio de recursos não consulte o boletim meteorológico. Tudo o que vem depois desse erro primário faz de Frank McGuire um péssimo aprendiz de Jacques Cousteau. SANTUÁRIO DIREÇÃO Alister Grierson PRODUÇÃO EUA, 2010 COM Richard Roxburgh, Rhys Wakefield e Christopher Baker ONDE nos cines Interlagos Cinemark, Unibanco Pompeia, Central Plaza e circuito CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO ruim Texto Anterior: Crítica/Comédia Romântica: Tambellini acerta em gênero pouco usual no cinema brasileiro Próximo Texto: Crítica/Ficção Científica: "Splice" explica tudo e não deixa espaço para imaginação Índice | Comunicar Erros |
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