São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Última Moda VIVIAN WHITEMAN - ultima.moda@grupofolha.com.br Vista essa ideia CONHEÇA AS IMAGENS-CHAVE QUE DEFINIRAMOS RUMOS DA EDIÇÃO OUTONO-INVERNO 2011 DA SÃO PAULO FASHION WEEK Enquanto fashionistas e organização se estranhavam, a moda mostrava suas garras na passarela da São Paulo Fashion Week, que terminou na última quarta-feira. Foi mais uma edição de transição. Retrospectivas de carreira e o foco dos estilistas num dos fundamentos da moda, a matéria-prima (sobretudo a pesquisa de tecidos), são indícios de que o evento passa por uma fase de revisão. A moda mundial, aliás, está nesse patamar. Como tudo já foi criado em termos de modelagem, a revolução da imagem será feita por quem for capaz de reler e ressignificar velhos códigos fashion. A vanguarda da SPFW não decepcionou os olhos atentos. Saíram na frente Alexandre Herchcovitch, Osklen, João Pimenta, Amapô e Maria Bonita. Herchcovitch não mostrou peças brilhantes em sua coleção feminina, mas fez um desfile inteligente, em que falava do transexualismo utilizando a metáfora de um vulcão em erupção. No masculino, deu forma ao homem de um mundo em convulsão. A Osklen, na mesma linha, mostrou o feminino em dissolução, o uniforme unissex. Pimenta questionou os códigos de autoridade misturando militares e Igreja; e a Amapô retratou o caos conceitual dos jovens na era da "over informação". A Maria Bonita fez o desfile mais bonito da edição. Construiu o fantasma do trabalhador explorado de maneira exemplar: uma coleção para agradar de Marx a Chanel.
As grifes Maria Bonita e João Pimenta levantaram a voz e geraram polêmica nessa temporada de inverno 2011. Enquanto João mostrou seu homem-freira, questionador dos padrões da masculinidade e da autoridade da Igreja, a Maria Bonita tomou partido dos trabalhadores explorados
As celebridades já fazem parte do mundo da moda, mas a Colcci (acima) tropeçou no escarcéu gerado pela vinda do astro Ashton Kutcher. Já a Osklen, longe do mundinho dos famosos, dissolveu a fronteira entre os gêneros com seus uniformes unissex
O homemdo estilista Alexandre Herchcovitch (acima) é um guerrilheiro obrigado a sobreviver num mundo em convulsão; já a mulher de Reinaldo Lourenço, é uma aristocrata reprimida entre seus desejos e as paredes do luxo
As várias faces das mulheres contemporâneas ganharam forma na SPFW. O caos conceitual da Amapô veste uma jovem da era do excesso de informação; já a Huis Clos explora os fetiches de sua neoburguesa; e a Neon, manda beijos às suas divas festeiras e abusadas com PEDRO DINIZ Texto Anterior: Crítica/Ficção Científica: "Splice" explica tudo e não deixa espaço para imaginação Próximo Texto: Morre, aos 58 anos, a atriz Maria Schneider Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |