São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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CRÍTICA POP

Releitura de sucessos de Quincy Jones é pouco convincente

FABRICIO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quincy Jones, 77, longe da aposentadoria, quer mostrar que ainda está conectado com a música atual. Para tanto, convocou um punhado de nomes do pop e do hip-hop para conceber seu novo álbum, "Q: Soul Bossa Nostra".
Amy Winehouse, Akon, Snoop Dogg e Wyclef Jean estão no time que o músico escalou para reler alguns pontos fortes de sua extensa carreira de compositor e produtor. Como ocorre com muitos produtos que buscam essa fórmula manjada, o resultado é irregular e nem sempre convincente.
O título do disco não tem ligação com a "bossa" brasileira, mas sim com uma conhecida canção de Jones dos anos 60, "Soul Bossa Nova".
A versão para o tema-título, originalmente instrumental, é uma das que sofreram a mutação mais sensível.
Com participação do grupo vocal Naturally 7 e do rapper Ludacris, mais parece uma faixa nova que apenas cita, espertamente, o antigo sucesso de Jones.
Quem não deve se decepcionar são os fãs de Amy Winehouse, que exibe seu vozeirão em "It's My Party". "Give Me the Night", relida por Jamie Foxx, premiado ator que interpretou Ray Charles no cinema, é uma das que mais devem agradar ao grande público.
Hit dos anos 1980 na interpretação de George Benson, "Give Me the Night" recebe um tratamento contemporâneo, mas ainda mantém o sabor suingante do original.
Dentre acertos e momentos equivocados, parece claro que a função do álbum não é a de compor um novo relevante capítulo na longa e variada discografia do super-produtor.
Se o disco acabar por emplacar algum novo hit ocasional, Jones já deve se dar por satisfeito.

Q: SOUL BOSSA NOSTRA

ARTISTA Quincy Jones e outros
LANÇAMENTO Universal
QUANTO R$ 29, em média
AVALIAÇÃO regular


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