São Paulo, sexta-feira, 04 de fevereiro de 2011

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Livraria Cultura vai ao Rio com loja de rua no centro

Rede abrirá até o fim do ano duas unidades na capital, uma delas num antigo cinema tombado na Cinelândia

Iniciativa, que tem o apoio da prefeitura, contraria tendência crescente de vender livros em shoppings

DE SÃO PAULO

Na contramão da tendência, dominante no mercado, de abrir unidades em shopping centers, a Livraria Cultura chegará ao Rio com uma típica loja de rua.
O grupo, que tem 11 livrarias pelo Brasil, todas dentro de centros de compras ou conjugadas a estes, vai ocupar a área do antigo Cine Vitória, prédio tombado pelo patrimônio municipal, na Cinelândia, centro da cidade.
É uma das duas unidades que a Cultura abrirá no Rio nos próximos meses. A outra vai ficar no shopping Fashion Mall, em São Conrado.
A chegada à capital fluminense acontece após uma longa procura da família Herz, proprietária da rede, que não conseguia achar no Rio imóveis adequados ao conceito da Cultura, de lojas em grandes espaços.
O estabelecimento do centro terá 3.300 m2, semelhante ao da segunda maior unidade da rede, a do shopping Villa-Lobos (a maior é a do Conjunto Nacional, com 4.300 m2), e o da zona sul, 1.000 m2.
O dono do grupo, Pedro Herz, se mostra animado com a perspectiva da primeira loja 100% de rua. "O Rio está investindo muito na recuperação do centro, o que é maravilhoso. Estamos dentro de um complexo, apostando em algo que vai nascer", afirma, em referência à revitalização da área, que tem como ponto máximo um projeto bilionário para a região portuária carioca.
A Cultura fechou contrato com os empreendedores Luiz Antônio Queiroz e Paulo Deneno, que entregarão as lojas prontas, no modelo "build to suit" (construídas sob medida). A Cultura vai locar os espaços por 15 anos.
Nos planos de Herz, as unidades cariocas ficam prontas até o fim do ano. O maior desafio é agilizar a burocracia do imóvel tombado do centro, algo que deve ser facilitado pelo apoio da prefeitura.
Segundo o subsecretário de patrimônio cultural da cidade, Washington Fajardo, a prefeitura foi uma das incentivadoras do projeto.
O dono da Livraria da Travessa, Rui Campos, diz não ver ameaça à sua rede, que tem sete lojas na cidade, quatro delas de rua. "Eles [Cultura] não são tão parecidos com a gente, a briga é mais com a Saraiva, ambas megalivrarias."
(FABIO VICTOR)


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