São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terra arrasada

Britânico reconstrói Alemanha do fim da 2ª Guerra; reportagem localiza personagens que viveram crepúsculo do conflito

Divulgação
Mulheres varrem escombros de implosão na avenida Unter den Linden, em Berlim

FABIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

No fim de março de 1945, um relatório de inteligência possivelmente preparado pelo Serviço de Segurança da SS, a tropa de elite do nazismo, descrevia o clima na Alemanha às portas do fim da Segunda Guerra:
"Em toda parte, é grande a procura por veneno, por uma pistola, por outros meios de pôr fim à vida. Suicídios, causados por depressão diante da catástrofe que certamente virá, ocorrem todo dia. O assunto que predomina nas conversas familiares (...) é como planejar a vida sob ocupação inimiga".
A catástrofe realmente veio. Nos primeiros meses daquele ano a Alemanha foi palco da maior matança já vista no mundo. Estima-se que só em janeiro mais de 1 milhão de pessoas morreram na guerra, a maioria alemães e soviéticos.
É deste cataclismo que trata "Alemanha, 1945" (Companhia das Letras), do historiador britânico Richard Bessel. A obra expõe a terra arrasada e mostra como foi possível, em poucas décadas, reerguê-la, transformando o país em democracia estável e potência econômica. "A completude da derrota é o que melhor explica a redenção em pouco tempo. Foi isso que expôs a falência do nacional-socialismo, abriu a porta para a severa ocupação dos aliados e deixou os alemães com controle limitado sobre sua política nos anos do pós-Guerra", afirmou Bessel à Folha.
A reportagem localizou personagens que presenciaram de perto o crepúsculo da guerra em seu território, alemães então jovens ou crianças, e constatou o trauma que, para eles, constitui abordar esse assunto, mesmo 65 anos depois.


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Guerra ainda tortura sobreviventes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.