São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010

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Crítica/Show

Som ruim prejudica apresentação certinha do Coldplay para 65 mil

Apesar de quase inaudível em vários pontos do Morumbi, banda agrada com hits, simpatia e cenografia profissional

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DO FOLHATEEN

O profissionalismo do quarteto inglês Coldplay era facilmente visível na noite de terça, no estádio do Morumbi, em São Paulo.
É pena que tal profissionalismo não tenha sido audível, já que boa parte dos 65 mil fãs presentes (segundo a organização), que pagaram de R$ 160 a R$ 500 por um ingresso (inteiro), sofreu com o som baixo e oscilante em diversos pontos -principalmente na pista mais atrás e nas arquibancadas.
Esse contraste entre o visual apurado do show (a cenografia era ótima, os telões tinham qualidade e sensacional edição de imagens), a empolgação profissional da banda e o som de terceira categoria foi chocante. Dado esse cenário, ficou parecendo uma ironia cruel a distribuição, ao fim, de CDs ao vivo com parte do repertório (nove músicas) que o público havia acabado de não ouvir.
E não há o que desculpe a falha de produção (a Time 4 Fun foi a empresa organizadora).
É verdade que o Morumbi é um estádio enorme (68 mil lugares, anteontem), aberto, o que dificulta a propagação do som -mas Metallica e Beyoncé tiveram som muito bom no mesmo local, ainda neste ano.
É verdade que o repertório do Coldplay, cheio de baladas, não favorece a audição em lugar tão amplo, mas o Rio assistiu à mesma apresentação em condições semelhantes -na praça da Apoteose- e não registrou queixas quanto ao som.
O resultado foi tão mais lamentável porque prejudicou a perfeita comunhão que existe entre a banda (mauricinha como poucas) e seu público (idem). Havia inclusive uma festa preparada pelo fã-clube para o aniversário do vocalista e galã Chris Martin, 33.
Apesar da caretice formal do show (e descontado o som, obviamente), ficou nítido que o Coldplay entregou, em pouco menos de duas horas, exatamente o que os fãs esperavam.
Os hits -"Clocks", "Yellow", "God Put a Smile..." etc.- estavam quase todos lá (pena não ter rolado "Speed of Sound") e houve momentos realmente bonitos ("Hardest Part" com Martin sozinho ao piano) e empolgantes (como o baterista Will Champion puxando o "Parabéns pra Você" em português e depois cantando a ótima "Death Will Never Conquer").
Só faltou dar para ouvir.


COLDPLAY

Avaliação: regular




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