São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011

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cinema

Argentino vive Lope de Vega em drama histórico

Alberto Ammann é a estrela de "Lope", filme dirigido por Andrucha Waddington que estreia hoje no país

Ator, que foi morar na Espanha após crise na terra natal, diz que "se apaixonou" por Sonia Braga, com quem atuou

Divulgação
Alberto Ammann e Leonor Watling em cena do filme "Lope", de Andrucha Waddington

JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Enquanto posa para fotos no hotel onde está hospedado, em São Paulo, Alberto Ammann volta-se para a repórter e pergunta, sem rodeios: "Estou bem assim?".
A questão parece retórica, mas para ele não é tanto assim. Alberto Ammann é modesto, diz que não sabe se a beleza ajudou a trazer propostas de trabalho para o cinema, entre elas o de protagonista em "Lope", o drama biográfico dirigido por Andrucha Waddington que estreia hoje no Brasil.
"Me cuido o máximo que posso para ser um bom ator; quando estiver gordo, velho e careca, quero continuar atuando", diz ele.
No filme, coprodução entre Brasil e Espanha, ele dá vida ao poeta e dramaturgo Lope de Vega (1562-1635), um dos mais prolíficos e festejados autores da Espanha.
Mas Ammann é argentino de Córdoba, nascido há 32 anos. Mudou-se para a Europa aos 20 e tantos com a vontade de ser ator, após desistir de uma carreira como técnico eletricista.
"Depois da grande crise de 2001, 2002, não havia possibilidade de trabalho na Argentina", lembra.
"Pelo menos no meu âmbito familiar e no de amigos, a crise bateu forte. De repente eu estava sem saber o que fazer e meus pais me ofereceram todas as suas economias para eu ir à Espanha."
Foi sem hesitar e diz que os primeiros três anos foram duros. Em Madri, trabalhou como garçom e passou a frequentar a escola de atores do cordobês Juan Carlos Corazza, professor e mestre do principal ator espanhol do momento, Javier Bardem.
O primeiro contato com a câmera e o set de filmagem se deu em uma série para a televisão espanhola.

PRÊMIOS
No cinema, no entanto, Ammann começou bem: sua estreia, no filme "Celda 211", lhe rendeu o prêmio Goya de ator revelação, em 2010, e outras propostas.
Ammann nunca interpretou um personagem argentino nas telas, muito embora queira. "Lope", exibido no Festival de Veneza, é seu segundo papel no cinema.
"Eu lia Lope todos os dias [antes do filme]. Mentira (risos). Conheci Lope na escola secundária, em Córdoba, mas muito pouco. Foi graças ao filme que mergulhei em profundidade nele."
No filme, ele atua ao lado de Selton Mello e Sonia Braga. "Estou começando a me relacionar com o cinema brasileiro e ver que ele está em um momento fantástico", explica. "E eu me apaixonei pela Sonia. Eu e meu pai."


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