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Museu de Arte Contemporânea abriga obras mostradas na minissérie "Um Só Coração"
As telas da novela
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Aqui é o museu da novela?"
Desde que teve início a minissérie
"Um Só Coração", em janeiro
passado, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de
São Paulo (MAC), de difícil localização (no Butantã), passou a ter
um aumento significativo de visitantes, que buscam encontrar
obras dos artistas globalizados.
Por conta da minissérie, que retrata a vida de Yolanda Penteado
(1903-83), obras até então valorizadas apenas por especialistas
passaram a ser reconhecidas e
procuradas. "Muitos visitantes
querem saber se é aqui que está "A
Negra" [tela de Tarsila do Amaral,
de 1923], que aparece na novela",
conta Maurício da Silva, porteiro
do museu. Apesar dos números
de visitação não estarem totalmente contabilizados, a estimativa é de que de janeiro a março de
2004 houve crescimento do público de 12% em relação a 2003, segundo a assessoria do museu.
"Sempre que as atividades do
museu aparecem na mídia, isso
gera um aumento de público.
Com a novela, isso se tornou
maior ainda", conta Elza Ajzenberg, diretora do MAC. Segundo a
arte-educadora Karen Lima, que
trabalha no museu, "até crianças
de sete anos, em nossas visitas
guiadas, já reconhecem obras de
Tarsila. Quando mostramos as
obras dos modernistas que aparecem na minissérie, a concentração é maior que a usual". A educadora vê, no entanto, aspectos negativos na minissérie: "Percebo
que certos estereótipos são reforçados. Tarsila ganha muito interesse, por ser rica e bonita, enquanto sinto por Anita Malfatti
depreciação e rancor".
O MAC foi criado por um conjunto de doações orquestradas
por Ciccillo Matarazzo (1898-1977) em 1963: 19 obras que pertenciam a ele e sua mulher, Yolanda Penteado, mais 429 de sua coleção particular e outras 1.243 que
pertenciam ao Museu de Arte
Moderna, extinto por manobra
do empresário em 1962. Atualmente, o MAC tem em seu acervo
pouco mais de 8.000 obras.
Para quem quer conhecer o
olhar colecionista de Yolanda e
Ciccillo, o museu pouco oferece
em quantidade. Apenas cerca de
30 obras, entre as 448 doadas pelo
casal, estão expostas na sede do
museu, ou seja, menos de 7%. Do
total do acervo, o museu consegue expor só 3%. "Segundo padrões internacionais, o ideal é que
um museu possa apresentar 30%
de seu acervo. Precisamos de um
novo edifício", afirma Ajzenberg,
que tentou receber da Prefeitura
de São Paulo um dos pavilhões do
parque Ibirapuera, mas perdeu a
parada para Emanoel Araujo.
Por isso a diretora, há pouco
mais de um ano no cargo, acena
pela primeira vez concretizar o
projeto da antiga gestão, de Teixeira Coelho, em construir um
novo espaço na Água Branca.
"Criamos um grupo de estudo para analisar esse projeto", diz.
Entretanto, ao menos as obras
mais importantes doadas pelo casal, como o auto-retrato de Modigliani, estão expostas de forma
permanente no museu. Outra
mostra, esta na filial do museu no
parque Ibirapuera, apresenta algumas outras.
MAC CAMPUS. Onde: r. da Reitoria, 160,
Cidade Universitária, SP, tel. 0/xx/11/
3091-3327. Quando: de ter. a sex., das
10h às 19h; sáb. e dom., das 10h às 16h.
Quanto: entrada franca.
MAC IBIRAPUERA. Onde: pavilhão
Ciccillo Matarazzo, 3º andar, parque
Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/5573-9932. Quando: de ter. a sex., das 10h às
19h; sáb. e dom., das 10h às 16h. Quanto:
entrada franca.
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