São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Crítica

"São Paulo S/A" antevê as piores questões da cidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Talvez tudo o que de pior se pudesse prever para São Paulo estivesse em germe em "São Paulo S/A" (Canal Brasil, 12h), de Luiz Sérgio Person (1965): a impessoalidade, as multidões, a tomada da paisagem pelo concreto são fatos muito claros para passarem em branco.
Da mesma forma, as relações pessoais são toldadas por uma dinâmica industrial que, por conforto e para resumir, podemos chamar de inumana. No entanto, existe ali algo como uma utopia que também transparece. Os aspectos negativos são como se fossem o preço a pagar pelo crescimento, pela ruptura com o atraso.
Seja nas fábricas, nos edifícios ou nas praças da cidade, existe uma aspiração à beleza a refletir algo que está nos personagens, mas também nas multidões que ocupam as ruas. Permita-me o pessimismo: não é isso que se deixa ver nos filmes mais recentes. Nem nas ruas. E nem nos monstrengos arquitetônicos que o eufemismo designa por "torres"


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