|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Waldick Soriano ganha tributo de Patrícia Pillar
Atriz estréia na direção com filme sobre cantor que é símbolo da música brega
Atração do É Tudo Verdade, documentário mostra cenas de shows; "Ele era um personagem da minha infância", afirma a diretora
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele não é cachorro, não -é
um "poeta", como ele mesmo
se define, apesar de ter feito várias cachorradas (principalmente com as mulheres) e de
ter levado uma vida que muitos
diriam "de cão".
O baiano Waldick Soriano,
74, um dos grandes ícones da
chamada música brega (ou romântica, como ele prefere), é o
tema do média-metragem que
marca a estréia de Patrícia Pil-
lar na direção, o documentário
"Waldick - Sempre no Meu Coração", exibido hoje no É Tudo
Verdade, em São Paulo.
"Ele era um personagem da
minha infância, eu o ouvia no
rádio", diz Pillar, em entrevista
à Folha, por telefone. "Lembrava bem da figura dele no
Chacrinha, aquele cara todo de
preto, havia uma coisa misteriosa, divertida, que me chamava a atenção quando criança."
O interesse da diretora pelo
cantor voltou a florescer quando, há três anos, ela ouviu por
acaso, no rádio, "Tortura de
Amor", um dos maiores hits de
Waldick, que chegou a ser censurado pela ditadura militar.
"O Ciro [Gomes, deputado
federal e seu marido] me disse
que era o Waldick cantando,
pesquisei e vi que era composição dele. Isso me chamou a
atenção, não sabia que ele era
compositor, resolvi comprar
LPs dele, e começou a tomar
um espaço grande em mim, me
comovia muito. É uma voz rude, primitiva, mas ao mesmo
tempo uma poesia simples."
Pillar passou a acompanhar
o cantor esporadicamente,
com uma pequena equipe de
filmagem, a partir de 2005, rodando com ele por shows em
cidades do interior cearense e
registrando sua volta à terra
natal (Caetité, BA), além de
uma passagem por São Paulo.
É dessas imagens de viagens
e shows, além de entrevistas
com Waldick e pessoas próximas, que o filme é feito. Ele
vem se somar ao revisionismo
da vida e obra do cantor que começou com o livro "Eu Não
Sou Cachorro, Não" (2002), de
Paulo Cesar de Araújo.
"Não queria fuxicar a vida
dele. O que aconteceu durante
nossos passeios eu juntei e
mostrei. Acho que conta um
pouco da história do Waldick e
de muitos brasileiros que saíram de suas cidades em busca
de um sonho", diz a diretora.
WALDICK - SEMPRE NO MEU CORAÇÃO
Quando: hoje, às 19h
Onde: no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 0/xx/11/3087-0500)
Quanto: grátis
Texto Anterior: Crítica/"Maré, Nossa História de Amor": Diretora tropeça em pedagogia reiterativa Próximo Texto: "Triste Fim..." é o próximo volume da "Coleção Folha" Índice
|