São Paulo, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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Praça Roosevelt desembarca na capital do Paraná

Trabalho de artistas emblemáticos do local é apresentado pelo fundador dos Satyros, Ivam Cabral

Mostra Conexão Roosevelt tem cerca de 70 artistas e obras de dois grupos que não são originais de São Paulo

GABRIELA MELLÃO
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

Tem praça Roosevelt em Curitiba. O famoso endereço que abriga sete teatros e tornou-se um dos pólos de efervescência do teatro paulista foi transportado para a capital paranaense durante a 20ª edição do Festival de Curitiba, que acontece até o dia 10.
"Quis fazer uma ponte com o que estamos produzindo na praça Roosevelt. Mas não a partir do meu grupo, o Satyros. Quis dar a voz a outros coletivos que, desde sempre, atuam em nossos espaços", diz o ator e fundador dos Satyros Ivam Cabral, que idealizou a mostra intitulada Conexão Roosevelt.
A praça Roosevelt curitibana parece um tanto deslocada, é verdade. Foi parar num dos teatros mais tradicionais da cidade, o HSBC.
Mas quem vê cara não vê coração. Mário Bortolotto, Francisco Carlos, Cesar Ribeiro, entre outros artistas responsáveis por transformar a Roosevelt num importante movimento cultural paulista, apresentam seus trabalhos neste espaço.
"Estamos trazendo cerca de 70 artistas ávidos pela troca. Estou achando um barato a gente invadir este teatrão, que não tem nada a ver com o nosso espaço."
A praça Roosevelt curitibana adotou inclusive um ponto de encontro. O teatro HSBC fica próximo ao bar 21, conhecido como um dos redutos de boemia na cidade.
O projeto abre duas exceções para grupos estrangeiros da praça. Convida a Cia. Íntima, fundada em Curitiba e com sede no Rio, para apresentar seu "Ana e o Tenente".
O espetáculo de Rafael Camargo, que tem direção de Joelson Medeiros, faz o trajeto contrário. Apresenta-se em Curitiba para depois fazer temporada na Roosevelt. Também vem de fora de São Paulo "Boi", da Cia. Sertão Teatro Infinito, de Goiânia, cuja direção é de Hugo Rodas e que foi apresentada na última edição das Satyrianas.
Entre os artistas sediados em São Paulo, os holofotes recaem sobre o autor e diretor amazonense Francisco Carlos. Criador de uma espécie de teatro da crueldade tupiniquim, ele mostra pela primeira vez na íntegra sua tetralogia, composta por "Banana Mecânica", "Namorados da Catedral Bêbada", "Românticos da Idade Mídia" e "Jaguar Cibernético", que foi dividido em quatro espetáculos.
"Francisco Carlos é a síntese do artista brasileiro. Apesar de ser brilhante, não tem espaço. Uma das grandes contribuições da mostra é dar visibilidade ao seu trabalho", diz Cabral.



MOSTRA CONEXÃO
ROOSEVELT

ONDE teatro HSBC (av. Luiz Xavier, 11, Centro, Curitiba); informações no www.festivaldecuritiba.com.br


A jornalista GABRIELA MELLÃO viajou a convite do Festival de Curitiba


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