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OUTRO LADO
Moisés responde às acusações
DA ENVIADA AO RIO
O secretário do Audiovisual, José Álvaro Moisés, confirma que
foi exigida de Guilherme Fontes
prestação de contas antes da conclusão do longa "Chatô".
"Ele teve realmente de apresentar prestação de contas parcial de
"Chatô", como previsto nas portarias 46 e 500 do MinC. Isso se deveu ao fato de o projeto ter sido
objeto de denúncias públicas. Por
essas razões, "Chatô" não teve, ao
contrário do que queria o seu responsável, nova autorização para
captar recursos públicos."
Quanto à prestação final de contas do projeto, o secretário diz: "O
projeto teve seus prazos de captação de recursos e de realização do
produto encerrados em 31 de dezembro de 99. A Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura não fez mais que sua obrigação
ao cobrar do responsável tanto a
entrega de cópia do filme como a
sua prestação de contas final".
Fontes entregou à secretaria
uma cópia com versão parcial do
filme e obteve, de acordo com a
lei, prazo adicional para apresentar sua prestação de contas.
"Analisada pela Secretaria de
Audiovisual, mediante auditoria
especial da UnB, apresentou várias irregularidades, algumas sanadas ou justificadas pelo responsável do projeto, mas que mostraram a necessidade de devolução
aos cofres públicos de parte dos
recursos utilizados, assim como
do redepósito na conta original
do projeto "Chatô" de recursos indevidamente utilizados em outro
projeto de Guilherme Fontes."
"Essas irregularidades não foram sanadas no prazo adequado,
levando a Secretaria de Audiovisual a solicitar, como previsto em
lei, a instauração de uma Tomada
de Contas Especial à Secretaria
Federal de Controle, órgão ligado
ao Ministério da Fazenda, a quem
cabe essa tarefa, antes que, sendo
o caso, o mesmo seja enviado ao
Tribunal de Contas da União."
"Como é corriqueiro, o processo foi devolvido para complementação e para que o ministério
se pronunciasse sobre novas justificativas de seus advogados."
"Ouvidas a respeito a Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura e suas autoridades superiores, o processo foi devolvido à Secretaria Federal de Controle no
último dia 27 para pronunciamento definitivo daquele órgão."
Referindo-se à suspeita de Guilherme Fontes de que esteja sendo
alvo de má vontade do secretário
do Audiovisual, Moisés diz: "A
gestão da Secretaria de Audiovisual é imparcial e impessoal e está
voltada para esforços bem mais
importantes e complexos do que
casos como o de "Chatô'".
Sobre a acusação de que teria
obrigado Fontes a abandonar o
projeto de produção do longa
"Bellini & a Esfinge", responde:
"Apresentado ao ministério inicialmente pelo ator Guilherme
Fontes, seu pedido de liberação de
uso de recursos públicos coincidiu com o momento quando
"Chatô" foi posto em questão. Nessas circunstâncias, a secretaria
não tinha como autorizar seu andamento. Consultada se isso seria
possível com a troca formal, nos
termos da lei e das normas, de
proponente do projeto, ainda que
o novo responsável fosse o sr.
Teodoro Fontes, irmão do ator
Guilherme Fontes, não encontrou
óbices legais para se opor a isso e o
fez exatamente para não cercear o
direito das pessoas de realizar
seus projetos culturais".
A respeito das declarações de
Fontes de que há desvios em projetos beneficiados pelas leis de renúncia fiscal, Moisés afirma: "Em
relação ao que chama irresponsavelmente de "desvios violentos" de
recursos aplicados em projetos cinematográficos e, ainda, a suposta solicitação a auditores da Universidade de Brasília -que ele
não diz quem fez- para "amainar
os processos de prestação de contas" de projetos beneficiados com
incentivos fiscais, há o rigor da lei.
É preciso que se acabe no Brasil
com a prática de acusações genéricas que não têm destino nem
comprovação".
O cineasta Murilo Salles que, segundo Fontes, contou-lhe ter presenciado o produtor Luiz Carlos
Barreto gritando nos corredores
da Petrobras que levaria Fontes à
Receita Federal, nega o fato. "Eu
me encontrei com Barreto nos
corredores da Petrobras; eu captando, e ele captando. Mas Guilherme Fontes não foi assunto de
nossa conversa", diz.
Luiz Carlos Barreto e o ministro
da Cultura, Francisco Weffort,
não quiseram se manifestar.
(SA)
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