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ERUDITO
Maestro John Neschling vai registrar "Sinfonia nš 2", de Tchaikovsky, em CD
Osesp vai do concerto à liturgia
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Osesp (Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo) trará em
maio uma programação especialmente inspirada, com peças dos
repertórios concertante, sinfônico e litúrgico -Brahms, Mahler,
Holst, Stravinsky, Haydn- que
têm ao menos três características
em comum: exemplares em seus
gêneros, dificílimas para os intérpretes e atraentes para o público.
O primeiro programa, hoje,
amanhã e sábado, terá esse exemplo de profundidade musical que
é o "Concerto para Piano nš 2", de
Johannes Brahms. A Osesp o
apresentou pela última vez em
outubro de 2003, com o argentino
Bruno Leonardo Gelber.
O mesmo concerto foi interpretado no ano passado por Nelson
Freire, com a Sinfônica Municipal, regida por Roberto Minczuk.
O pianista das três récitas de agora será Alfredo Perl, jovem chileno radicado na Europa.
Na segunda parte, o maestro
John Neschling fará, com gravação ao vivo para o selo Biscoito Fino, a "Sinfonia nš 2", de Tchaikovsky. Na semana passada,
Neschling regeu e gravou a "Sinfonia nš 1", do mesmo compositor. Foi de uma elegância refinadíssima, sem cair na tentação do
excesso de "fortissimi", que transforma a obra de um bom sinfonista em algo vulgarmente marcial.
Na semana que vem, a orquestra será regida pelo belga Ronald
Zollman. Ele fará "Fogos de Artifício", de Stravinsky, e "Os Planetas", do britânico Gustav Holst,
compositor injustiçado fora do
Reino Unido e hoje revalorizado.
O violinista Emmanuele Baldini, um dos dois spallas da Osesp,
será o solista do "Concerto para
Violino" do italiano Alfredo Casella (1883-1947), também injustamente eclipsado entre os nomes
musicais importantes na primeira
metade do século 20.
Nos dias 18, 19 e 20, a Osesp estará nas mãos de Roger Epple, um
emergente entre os jovens maestros alemães, com carreira feita
sobretudo na regência de óperas.
Seu solista será o violinista russo
Boris Brovtsyn, que em 2004 fez
com a orquestra paulista um dos
concertos de Bartok. Ele interpretará o "Concerto para Violino em
Ré maior", de Stravinsky.
Mas o prato de resistência estará
na segunda parte, com a "Sinfonia
nš 4", de Gustav Mahler. No quarto movimento, "Sehr Behaglich",
a solista será a soprano-ligeira alemã Lydia Teuscher.
A "Sinfonia nš 4" já foi encantadoramente interpretada este ano,
em São Paulo, pela Orquestra da
BBC Escocesa. Será também ouvida amanhã, no Municipal do Rio,
com a Petrobras Sinfônica, regida
por Isaac Karabtchevsky. A
"Quarta" foi executada pela última vez pela Osesp em abril de
2000. Mahler é um compositor árduo para as orquestras. São poucos os conjuntos sinfônicos brasileiros que se atrevem a fazê-lo,
com medo de não o fazer bem.
A soprano Lydia Teuscher estará de volta para o último programa de maio, entre os dias 25 e 27.
Regida por John Neschling, será
uma das quatro solistas vocais do
oratório "As Sete Últimas Palavras do Redentor na Cruz", de Joseph Haydn. As três outras vozes
serão a da mezzo Adriana Clis, a
do tenor Marcos Liesenberg e a do
baixo Sávio Sperandio.
Haydn escreveu seis cantatas e
oratórios. "As Sete Palavras" foram concluídas em 1785, com revisão dez anos depois para a inclusão da parte coral.
Orquestra Sinfônica do Estado
de São Paulo
Quando: qui. e sex., às 21h; sáb., às
16h30
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes
s/nš, tel. 0/xx/11/3337-5414)
Quanto: de R$ 25 a R$ 79
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