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PELO BRASIL
Vila Velha volta a funcionar em Salvador
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Depois de quase dois anos e
meio em obras, será reinaugurado
amanhã, às 20h, um dos mais tradicionais teatros de Salvador
(BA), o Vila Velha.
O espetáculo de estréia -"Um
Tal de Dom Quixote"- é uma
versão do clássico romance "El
Ingenioso Hidalgo Don Quijote de
La Mancha", do escritor e dramaturgo espanhol Miguel de Cervantes.
A versão estabelece um elo entre
a saga do cavaleiro andante em
busca de glórias e a "batalha" dos
diretores do teatro pela concretização do projeto de reforma do
Vila Velha.
"A peça também faz uma conexão entre os problemas sociais da
Espanha no século 17 e o Brasil de
hoje", disse o diretor do espetáculo e do teatro, Márcio Meirelles.
Com investimentos de R$ 2,8
milhões em reformas, obtidos junto ao Ministério da Cultura, Secretaria Estadual de Cultura, Eletrobrás e Petrobrás, o teatro passou a
ser também um dos mais modernos da cidade.
Sua caixa cênica, antes com apenas um andar, agora tem três pavimentos -uma base em retângulo,
circundada pela primeira e segunda galerias.
Tanto o palco quanto os equipamentos de apoio e as cadeiras podem ser deslocados para qualquer
ponto do teatro, formando diferentes relações espaciais entre o
palco e a platéia.
"A depender do tipo de espetáculo, podemos montar um teatro
em estilo italiano, de arena ou em
forma de L", disse Meirelles.
O arquiteto e urbanista alemão
Carl Von Hauenschild, responsável pelo projeto de reforma, disse
que 120 praticáveis (elementos cenográficos) com altura variável foram importados da Alemanha.
Isso para que a relação espacial
entre o palco e a platéia seja alterada de acordo com a concepção das
produções.
Com as obras, a área total do teatro, localizado no centro de Salvador, foi ampliada de 786 m2 para
1.887 m2, com capacidade para
400 lugares.
Montagem
Patrocinada pela Copene e Coelba (Companhia de Eletricidade da
Bahia), a montagem de "Um Tal
de Dom Quixote" conta com a
participação de 55 artistas baianos, entre atores, dançarinos e
músicos.
Da história original (a de um fidalgo que enlouquece de tanto ler
novelas de cavalaria e sai pelo
mundo à procura de aventuras),
Meirelles criou um espetáculo que
mostra a luta dos brasileiros que
nada têm -sem-terra, sem-teto,
meninos de rua.
"Quixote é um símbolo do homem dividido entre o sonho e a
realidade, um retrato da aventura
humana", disse Meirelles.
A peça tem texto de Cleise Mendes e Márcio Meirelles e é apresentada em dois atos (16 cenas), com
duas horas de duração. A música
que encerra o espetáculo é assinada pelo compositor baiano Tom
Zé.
Os tipos populares, comuns na
obra do escritor espanhol, ganham vida por meio de 14 atores
do Bando de Teatro Olodum.
Dom Quixote é interpretado pelo
ator Carlos Petrovich e o seu fiel
escudeiro, Sancho Pança, por Lázaro Ramos.
Peça: Um Tal de Dom Quixote
Direção: Márcio Meirelles
Com: Carlos Petrovich e Lázaro Ramos
Onde: Teatro Vila Velha (Passeio Público,
Campo Grande - região central, Salvador,
tel. 071/336-1384
Quando: de amanhã a quinta, para
convidados, às 20h; sáb. e dom., às 20h; a
partir de 15 de maio, de sex. a dom., às 20h
Quanto: R$ 15 (inteira) e R$ 7 (meia)
Patrocinadores: Copene e Coelba
(Companhia de Eletricidade da Bahia)
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