|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Reserva Cultural contará com quatro salas no prédio da Fundação Cásper Líbero, onde se localizava o Gazetinha
Novo espaço recebe cinema independente
DA REPORTAGEM LOCAL
Abrem-se novas alas para o cinema independente. A partir do
próximo dia 11, o prédio que antes
abrigava o Cine Gazetinha, no
histórico marco zero da avenida
Paulista, passará a sediar a Reserva Cultural, um espaço de quatro
salas dedicado sobretudo à exibição dos chamados "filmes de arte". Além do cinema, haverá restaurante, bar e um ambiente para
eventos culturais variados.
A concepção do projeto é do
empresário francês Jean Thomas
Bernardini, proprietário da distribuidora de filmes Imovision, que
faz parte da recém-nascida Abradi (Associação Brasileira dos Distribuidores Independentes).
"Sempre nos dedicamos com
unhas e dentes à distribuição dos
filmes independentes. Agora é a
hora de darmos uma mãozinha
em sua exibição", afirmou.
A programação inaugural, definida para a primeira semana,
mostra a que veio o espaço. Serão
oito filmes produzidos e co-produzidos por um total de dez países diferentes. Nenhum norte-americano. A seleção inclui o
francês "Clean" (Olivier Assayas),
o brasileiro "Mulher" (Octavio
Gabus Mendes), filme de 1931, e o
japonês "Dolls" (Takeshi Kitano).
Todos são distribuídos pela Imovision.
Bernardini promete, entretanto,
que os filmes de sua empresa não
terão prioridade. E esclarece:
"Não luto contra o cinema americano. Só acho que filmes ruins
não devam ser exibidos".
O projeto não está disposto, porém, a abrir mão do público dessas produções. A intenção é cativá-lo com outras atrações, como a
música ao vivo no restaurante.
"Queremos trazer um público diversificado e aos poucos mostrar
que o cinema independente não é
só cultura mas também diversão", diz Bernardini.
Para ajudar o público mais deslocado, todos os funcionários têm
algum elo com o tipo de cinema
exibido. Ter trabalhado em festivais de cinema, por exemplo, foi
um dos critérios de seleção. Christian Kwiek, 27, que opera o projetor, ilustra esse viés. Argentino,
constitui a terceira geração de
projecionistas na família e se diz
amante do cinema europeu.
As quatro salas, das quais por
enquanto apenas uma está concluída, poderão receber simultaneamente um total de 593 espectadores. O espaço terá também
cinco telões de plasma para veicular curtas, entrevistas e trechos de
making of. O preço dos ingressos
será de R$ 16, com meia-entrada
para estudantes e idosos.
Texto Anterior: Sexualidade: Documentário tira Hollywood do armário Próximo Texto: Fernando Gabeira: De volta ao apartamento de Roberto Jefferson Índice
|