São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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Art Basel confirma bom momento da arte brasileira

39ª edição da maior feira de arte do mundo é aberta hoje na Suíça; três galerias paulistanas apresentam trabalhos

Diversos artistas nacionais já têm obras vendidas, como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes; Cildo Meireles e Tunga também estão na feira

Divulgação
Instalação de Ernesto Neto e painel de Adriana Varejão no estande da Fortes Vilaça, na Art Basel

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

As portas da maior feira de arte do mundo nem abriram, e muitas das obras dos brasileiros lá dentro já estão vendidas, tamanha a procura por artistas como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Ernesto Neto, Nuno Ramos, Tunga, Mira Schendel e Cildo Meireles.
Além deles, dois jovens, os mineiros Marcellvs L. e Thiago Rocha Pitta, ganham destaque na Art Basel, feira que deve receber até 60 mil colecionadores, críticos, visitantes e curadores, de hoje até domingo.
"A gente teve um upgrade aqui", diz Márcia Fortes, sócia da galeria Fortes Vilaça, alçada agora a um posto entre as "mais importantes do mundo", com um estande ao lado da badalada White Cube londrina na feira da Basiléia. Com a Art Basel e outras quatro paralelas, a cidade suíça vira o principal centro da arte contemporânea nos primeiros dias de junho.
Não por acaso, foi Milhazes, representada pela galeria de Fortes, que bateu há duas semanas o recorde de vendas de um artista brasileiro vivo -a tela "O Mágico" foi arrematada por US$ 1,049 milhão (cerca de R$ 1,7 milhão) em um leilão da Sotheby's em Nova York.
O alvoroço em torno da pintora foi tanto que Fortes conseguiu levar só uma de suas telas, já vendida, para a Suíça. Mas ela não viajou sozinha.
Entre as mais de 200 galerias do mundo todo na feira, as paulistanas Luisa Strina e Millan também brigam para emplacar seus artistas em coleções importantes, aproveitando o bom momento da arte brasileira.
Meses antes de uma grande individual de Mira Schendel no MoMA, e depois de uma bem-sucedida mostra de Tunga no PS1, também em Nova York, no começo do ano, André Millan, dono da galeria que leva seu nome, aposta nos dois para garantir as vendas. "É óbvio que isso gera uma expectativa muito grande do mercado em relação a esses dois artistas."
Millan antecipa que, além de negociar obras de seus artistas, está em contato com grandes museus europeus para levar a mostra de Mira Schendel, do MoMA, a uma itinerância por cidades como Londres, Madri e Paris -negócio que deve ser fechado até o fim da feira.
Ele também disse à Folha que uma obra da artista Tatiana Blass deve ser comprada por uma instituição espanhola.
Prevendo a atenção em torno da retrospectiva de Cildo Meireles em outubro, na Tate, em Londres, Strina levou à Basiléia duas grandes instalações do artista, vencedor neste ano dos prêmios Velázquez, da Espanha, e Ordway, dos EUA.


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