|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pompidou abre 1ª representação fora da França no Brasil
Museu vai realizar mostra no Ano da França no Brasil, em 2009, e deve comprar trabalhos brasileiros para seu acervo
Por ora, não há planos para abrir filial brasileira; duas exposições no ano que vem terão obras emprestadas pela instituição francesa
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos maiores e mais importantes museus do mundo
incluiu o Brasil em seu mapa. O
Centro Georges Pompidou estabeleceu uma representação
no país, a primeira desse tipo
fora da França.
Por enquanto, não há planos
para uma filial brasileira. "Não
acreditamos que seja prioridade trabalhar para a construção
de uma filial aqui, mas, caso haja algum poder político ou uma
instituição interessada em estudar um projeto, podemos
conversar", diz Joël Girard, o
conselheiro do museu francês
para a América Latina.
Girard trabalha no Pompidou desde 1998 e já atuou em
projetos envolvendo o museu e
o Brasil. Ele será o representante da instituição e se estabelecerá em São Paulo.
Ele pretende promover aqui
projetos educativos artísticos,
ajudar na montagem de exposições com obras do acervo francês e mediar o intercâmbio de
obras e a compra de trabalhos
brasileiros, sobretudo de artistas contemporâneos.
Na coleção, de cerca de 60
mil obras, há trabalhos de Cildo
Meireles, Leonilson, Ernesto
Neto e José Damasceno. Por
ano, o museu adquire mil novas
peças, de diversos países e em
todos os suportes.
Durante o Ano do Brasil na
França, em 2005, o Pompidou
recebeu uma retrospectiva do
baiano Marepe, da qual Girard
participou da organização.
Em 2009, acontece o Ano da
França no Brasil e, em 2011, o
Ano da América Latina na
França. O museu terá participação em ambos.
"O Pompidou quer participar
[do Ano da França], mas ainda
não sabemos ao certo como será, a única certeza é de que será
em São Paulo", afirma Girard.
De acordo com ele, deve ser feita uma exposição em parceria
com a Pinacoteca do Estado, já
que outras instituições paulistanas receberam obras para
exibições recentes.
Entre essas mostras, destaca-se "Parade", que ficou em
cartaz na Oca, em 2001. Outra
mostra que teve a colaboração
do museu francês foi "Iluminar", realizada na Faap, em
2004. No ano passado, dois outros eventos contaram com
ajuda do Pompidou: a mostra
"Videodança", no Sesc Vila Mariana, e uma retrospectiva de
Charlotte Perriand na 1ª Bienal
Brasileira de Design, na Oca.
Duchamp
O primeiro evento do museu
com seu representante no Brasil deve acontecer em abril do
ano que vem. Será uma exposição de arte cinética do Instituto
de Arte Contemporânea (IAC),
que fica na rua Maria Antônia.
O Pompidou também participará de uma retrospectiva de
Marcel Duchamp, com "empréstimos importantes". A exposição será no final do próximo ano, no MAM-SP e em um
museu de Buenos Aires.
O Pompidou inaugura, no
ano que vem, um museu na cidade de Metz, na França, e está
concebendo uma nova instituição em Xangai, que deve ficar
pronta somente em 2010.
"Estamos em processo, ainda
estudamos como será [o novo
museu], que tipo de arte vai exibir e se vai mesmo levar o nome
do Pompidou", explica Girard,
que trabalhou no projeto chinês antes de chegar ao Brasil.
Texto Anterior: Calil e artistas acenam com acordo Próximo Texto: Acervo enfoca arte a partir do século 20 Índice
|