São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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Pompidou abre 1ª representação fora da França no Brasil

Museu vai realizar mostra no Ano da França no Brasil, em 2009, e deve comprar trabalhos brasileiros para seu acervo

Por ora, não há planos para abrir filial brasileira; duas exposições no ano que vem terão obras emprestadas pela instituição francesa


TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos maiores e mais importantes museus do mundo incluiu o Brasil em seu mapa. O Centro Georges Pompidou estabeleceu uma representação no país, a primeira desse tipo fora da França.
Por enquanto, não há planos para uma filial brasileira. "Não acreditamos que seja prioridade trabalhar para a construção de uma filial aqui, mas, caso haja algum poder político ou uma instituição interessada em estudar um projeto, podemos conversar", diz Joël Girard, o conselheiro do museu francês para a América Latina.
Girard trabalha no Pompidou desde 1998 e já atuou em projetos envolvendo o museu e o Brasil. Ele será o representante da instituição e se estabelecerá em São Paulo.
Ele pretende promover aqui projetos educativos artísticos, ajudar na montagem de exposições com obras do acervo francês e mediar o intercâmbio de obras e a compra de trabalhos brasileiros, sobretudo de artistas contemporâneos.
Na coleção, de cerca de 60 mil obras, há trabalhos de Cildo Meireles, Leonilson, Ernesto Neto e José Damasceno. Por ano, o museu adquire mil novas peças, de diversos países e em todos os suportes.
Durante o Ano do Brasil na França, em 2005, o Pompidou recebeu uma retrospectiva do baiano Marepe, da qual Girard participou da organização.
Em 2009, acontece o Ano da França no Brasil e, em 2011, o Ano da América Latina na França. O museu terá participação em ambos.
"O Pompidou quer participar [do Ano da França], mas ainda não sabemos ao certo como será, a única certeza é de que será em São Paulo", afirma Girard. De acordo com ele, deve ser feita uma exposição em parceria com a Pinacoteca do Estado, já que outras instituições paulistanas receberam obras para exibições recentes.
Entre essas mostras, destaca-se "Parade", que ficou em cartaz na Oca, em 2001. Outra mostra que teve a colaboração do museu francês foi "Iluminar", realizada na Faap, em 2004. No ano passado, dois outros eventos contaram com ajuda do Pompidou: a mostra "Videodança", no Sesc Vila Mariana, e uma retrospectiva de Charlotte Perriand na 1ª Bienal Brasileira de Design, na Oca.

Duchamp
O primeiro evento do museu com seu representante no Brasil deve acontecer em abril do ano que vem. Será uma exposição de arte cinética do Instituto de Arte Contemporânea (IAC), que fica na rua Maria Antônia.
O Pompidou também participará de uma retrospectiva de Marcel Duchamp, com "empréstimos importantes". A exposição será no final do próximo ano, no MAM-SP e em um museu de Buenos Aires.
O Pompidou inaugura, no ano que vem, um museu na cidade de Metz, na França, e está concebendo uma nova instituição em Xangai, que deve ficar pronta somente em 2010.
"Estamos em processo, ainda estudamos como será [o novo museu], que tipo de arte vai exibir e se vai mesmo levar o nome do Pompidou", explica Girard, que trabalhou no projeto chinês antes de chegar ao Brasil.


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