São Paulo, domingo, 04 de julho de 2010

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CRÍTICA DRAMA

Só Robert de Niro salva refilmagem de 1990

Versão de longa de Giuseppe Tornatore sofre por roteiro esquemático, mas ator sensibiliza com melancolia

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Robert de Niro ou Marcello Mastroianni?
Quem assistiu a "Estamos Todos Bem", o filme que o diretor de "Cinema Paradiso", Giuseppe Tornatore, fez em 1990 com Mastroianni, pode agora assistir à refilmagem, dirigida por Kirk Jones ("A Fortuna de Ned", 1998) e estrelada por De Niro.
O resultado? Empate técnico: dois atores extraordinários em filmes nem tanto. "Estão Todos Bem" conta a história de um viúvo, Frank Goode (De Niro), que claramente não se recuperou da morte da mulher.
Ele passa longas horas cuidando do jardim, perambula triste pelos corredores de um supermercado e compra vinhos para beber sozinho.
Quando nenhum de seus quatro filhos aparece numa festa em sua casa, ele resolve visitá-los de surpresa.
Contrariando a orientação de seu médico, Frank se manda pelos Estados Unidos atrás da prole.
A cada parada, a constatação de que as coisas não estão nada bem. Amy (Kate Beckinsale) passa por graves problemas no casamento; Robert (Sam Rockwell) não cumpriu as expectativas de se tornar um grande músico, e Rosie (Drew Barrymore) vive uma vida de fachada.
Frank descobre, aos 60 anos, que mal conhece os próprios filhos.
Assim como o filme de Tornatore, essa nova versão de "Estamos Todos Bem" sofre de um roteiro esquemático, sem grandes surpresas. O que salva o filme é mesmo a atuação de De Niro. Impossível não se sensibilizar com sua melancolia.
Mais celebrado por papéis explosivos e enérgicos, o ator mostra que também é genial em papéis contidos e minimalistas. De Niro dá ao filme uma gravidade que, com outro ator, corria o sério risco de virar pieguice.


ESTÃO TODOS BEM

DISTRIBUIDORA Buena Vista
QUANTO R$ 29,90
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO regular


JOSÉ SIMÃO
O colunista é publicado no caderno Copa 2010



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