São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2011 |
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CRÍTICA MÚSICA ERUDITA Osesp soa redonda em Campos do Jordão Regida pelo maestro israelense Pinchas Zukerman, orquestra toca Beethoven na abertura de festival de inverno SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA Noite amena de inverno em Campos do Jordão (SP). No alto das montanhas, o Auditório Claudio Santoro -cujo nome homenageia o grande compositor amazonense- estava quase lotado. O violinista-maestro Pinchas Zukerman ensaiou o "Hino Nacional" com a Osesp para a abertura do Festival de Inverno de Campos do Jordão, mas, com o luto oficial devido à morte do ex-presidente Itamar Franco, a execução foi suspensa. Assim a Osesp atacou logo as obras de Beethoven (1770-1827) previstas: a abertura do balé "As Criaturas de Prometeu" op. 43, a "Sinfonia nº 1" op. 21 e, após breve intervalo, o "Concerto para Violino e Orquestra" op. 61. Nada melhor do que o classicismo para sintonizar público, professores e alunos-bolsistas e prepará-los para o repertório deste mês. A formação reduzida da orquestra ajudou no estilo, a agilidade casando com sutileza. A Osesp, que havia inaugurado a temporada 2011 com a grandiosa "Nona" (última sinfonia de Beethoven), fechou o semestre com a experiência inaugural do compositor no gênero. O humor clássico da "Primeira" está distante das ironias românticas. Ele é marcado por surpresas harmônicas, frases interrompidas e assimetrias sempre compensadas num jogo elaborado. Com o mesmo jeito despojado, Zukerman voltou para solar o "Concerto para Violino". Quase não precisou reger: atenta às intenções pausadas e claras do solista e ao arco do spalla Cláudio Cruz, a Osesp ia sozinha e feliz. Há uma gravação do "Concerto" de Beethoven feita em 1977 por Zukerman com a Sinfônica de Chicago. O calor sem ansiedade dessa versão foi resgatado no sábado com mais leveza e simplicidade. Esse repertório não tem sido a especialidade da Osesp, que geralmente mostra mais serviço no alto romantismo. Zukerman parecia estar ainda mais em casa do que no ano passado. Sua presença faz bem, a orquestra soou redonda e leve na medida. CONCERTO DA OSESP AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Morre Mário Chamie, criador da poesia práxis Próximo Texto: Luiz Felipe Pondé: O sol sobre o pântano Índice | Comunicar Erros |
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