São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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Fernanda Torres fará sua estréia como dramaturga

DA ENVIADA A BENTO GONÇALVES

Ainda inédito, "Deus É Química", primeiro texto teatral escrito pela atriz Fernanda Torres, deve ser montado no ano que vem, sob a direção de Aderbal Freire Filho.
Para o elenco, que terá a participação da autora, estão convidados Evandro Mesquita, Eduardo Dusek e Jorge Mautner. "Deus É Química" fala de drogas. Num intervalo de filmagens de "Saneamento Básico, o Filme", na última terça, Torres, 40, buscou um canto de sol no jardim da locação, para driblar o frio de 5 C e falar à Folha sobre a peça e o filme.

 

FOLHA - Os diretores costumam elogiar sua colaboração para os roteiros e até para a montagem dos filmes em que atua. Você está conduzindo sua carreira para a roteirização e a direção de cinema?
FERNANDA TORRES -
Direção, não tenho essa ambição, desejo de fazer um filme não tenho nenhum. Não sei fazer isso, graças a Deus, porque acho que é o mais sacrificado. Mas desejo de escrever tenho. Escrevi uma peça de teatro, que quero montar no ano que vem.

FOLHA - Escreveu a peça para você mesma?
TORRES -
Tenho um papel. Sou eu, o Evandro [Mesquita], o [Jorge] Mautner e chamei o [Eduardo] Dusek nesta semana. Quero ver se ele vem.

FOLHA - De que trata a peça?
TORRES -
Drogas [risos]. Sobre a problemática das drogas. Achei que era um tema relevante.

FOLHA - Qual é a história?
TORRES -
Vamos esperar um pouco. Antes eu lia e tinha vergonha de dar para os outros lerem. Agora o pessoal andou lendo e andou achando possível. Chamei o Aderbal [Freire Filho] para dirigir e ele aceitou. No ano que vem vou produzi-la, até porque você vai ficando mais velha e tendo menos papéis. Tem de escrever os próprios papéis para ter emprego.

FOLHA - Em "Saneamento Básico, o Filme", você é casada com o Wagner Moura, que ainda não tem 30.
TORRES -
E eu não reparo nisso! Falo com o Wagner: estou dez anos no lucro. Fico olhando para ver se ainda convence. Acho que está indo.

FOLHA - Jorge Furtado disse que esse é seu filme "mais explicitamente político". Filmando esse longa às vésperas da eleição, como se sente a cidadã Fernanda Torres?
TORRES -
A política parece só funcionar dentro de sua própria lei. No fundo, é uma máquina eleitoral. A vontade que tenho é viver apesar da política. Escolher outro lugar para fazer a revolução. Escrever uma peça sobre drogas, por exemplo, arrumar outros assuntos.


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