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TELEVISÃO
Programa jornalístico da Globo está entre os que mais perderam audiência desde o início da campanha política
"JN" é o mais afetado pelo horário eleitoral
ANNA LEE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O horário eleitoral gratuito, exibido pelas TVs abertas desde o dia
20 de agosto, de segunda a sábado, das 13h às 13h50 e das 20h30 às
21h20, tem causado estrago na audiência de programas que foram
antecipados ou adiantados nas
grades de programação em função da propaganda política.
O "Jornal Nacional", da Rede
Globo, foi o que mais perdeu audiência, segundo o Ibope, na
Grande SP, nos períodos de 20 a
31 de agosto e de 8 a 19 de agosto
-este anterior ao início do horário político. No último, o "JN" teve média de 38 pontos (cada ponto equivale a 47 mil domicílios),
contra a média de 34 registrada
desde a estréia da programação
política. O "JN" teve seu horário
antecipado das 20h15 para as 20h.
O levantamento do Ibope mostra que a Globo e o SBT foram as
mais afetadas. Dos dez programas
que tiveram maior queda de audiência, entre os que antecedem e
os que seguem o horário eleitoral,
quatro são da Globo ("JN", "Esperança", "Jornal Hoje" e "Vídeo
Show"), quatro do SBT ("Marisol", "Programa do Ratinho",
"Um Maluco no Pedaço" e "Festolândia"), um da Bandeirantes
("Sobcontrole") e um da Rede
TV! ("Interligado Games").
"É natural que a Globo e o SBT
sofram mais com o horário eleitoral já que têm mais audiência. O
efeito na programação é péssimo", disse Luis Erlanger, diretor
de Comunicação da Globo.
"Marisol", do SBT, aparece como o segundo que teve maior
queda de audiência: de 18 para 15.
Por estratégia, a novela foi dividida em dois blocos: de 20h às
20h30 e de 21h20 às 21h40. Segundo o diretor de programação,
Mauro Lissoni, a intenção foi
"continuar concorrendo com "Esperança", já que antes do horário
eleitoral tinha bom desempenho
em cima da novela da Globo".
De qualquer forma, "Esperança" teve menor queda de audiência do que "Marisol". De 41 pontos caiu para 39. Perdeu dois pontos, assim como o "Jornal Hoje" e
o "Vídeo Show", da Globo, e o
"Programa do Ratinho" e "Um
Maluco no Pedaço", do SBT.
A Rede TV! também optou por
manter a estratégia de programação de antes do horário político.
Antecipou a novela "Betty, a
Feia", das 20h15 para as 20h, para
que continuasse coincidindo com
o "JN". "Somos os menos castigados pois somos uma alternativa às
emissoras maiores", disse o vice-presidente Marcelo Carvalho.
Na Bandeirantes, segundo o diretor de programação, Rogério
Gallo, os efeitos do horário político são sentidos nos intervalos comerciais. "Não fazemos intervalos maiores do que três minutos
para não haver evasão de audiência. Com a propaganda política,
esse tempo foi para cinco minutos." As emissoras têm que ceder
40 minutos por dia em seus intervalos comerciais para os políticos.
Segundo Hélio Vargas, diretor de
programação da Record, "a rede
teve queda de 30% de audiência".
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