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MÚSICA
Venda de canções pela internet aumenta dez vezes
Mercado on-line explode no mundo, mas engatinha no Brasil
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os DVDs puxaram para cima as
vendas de suporte físico de música e já ultrapassaram os CDs no
comércio on-line.
São números ainda pequenos,
mas que estão em curva crescente. Segundo os dados do anuário
da ABPD, a internet é responsável
por 5% do mercado de DVDs e
2% do de CDs, em 2004.
Já a quantidade de canções obtidas por meio de downloads ainda
é extremamente pequena no país,
a ponto de nem entrar na pesquisa. Além da concorrência dos sites
gratuitos, de trocas de arquivos
MP3, um dos fatores é a pouca
oferta de sites legais existentes no
Brasil, como o da gravadora Trama e o do Imusica (www.imusi
ca.com.br).
É um contraste com o que acontece no mercado mundial. De
acordo com dados da IFPI (Federação Internacional da Indústria
Fonográfica), as vendas digitais
aumentaram dez vezes em 2004,
em relação a 2003, alcançando os
200 milhões de canções baixadas.
Esses números são referentes a
Estados Unidos, França, Reino
Unido, Japão e Alemanha, os
principais mercados on-line.
Nesses países, no primeiro semestre deste ano, as vendas de
música digital chegaram a US$
440 milhões, representando 6%
do total da indústria fonográfica.
"O boom da música digital cresce
a uma velocidade estimulante para a indústria, para o varejo da internet e para os consumidores.
Mais e mais pessoas estão se voltando para as maneiras lícitas de
comércio de música na internet
ou nos celulares", disse o presidente da IFPI, John Kennedy.
Ainda segundo a IFPI, há, para
consumidores desses cinco países, cerca de 230 sites que oferecem a venda de canções, sendo
150 deles na Europa.
"Ainda não há monitoração no
Brasil porque é um mercado que
está começando agora. Nossa meta é, no relatório de 2005, já ter dados sobre downloads", disse Paulo Rosa, da ABPD. "Sentimos que
[o mercado] está em crescimento,
até porque já há um movimento
por parte da indústria de lançar
produtos simultaneamente ou até
antes do lançamento nas lojas",
como o que fez a Warner com
Maria Rita e O Rappa, que colocou uma faixa de cada um à venda
na rede antes de os CDs saírem."
Para João Marcello Bôscoli, da
Trama, o mercado digital "tende a
aumentar, mas lentamente. Principalmente se a Apple ou uma outra loja grande entrar no país".
(LUIZ FERNANDO VIANNA E THIAGO NEY)
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