São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2007

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Mônica Bergamo

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Julia Moraes/Folha Imagem
Aritana, filha de Oscar Maroni, dono do Bahamas: "Sou mais eu"


FAMÍLIA MARONI

"Não faz isso, papai!"

Primogênita do empresário Oscar Maroni -dono do clube Bahamas que estava preso até anteontem e é acusado de exploração da prostituição, formação de quadrilha e tráfico interno de pessoas-, a cineasta Aritana Maroni dos Santos, 28, diz que foi criada entre garotas de programa, mas nunca sofreu discriminação das colegas de Dante Alighieri nem de Objetivo. "Ao contrário, elas ficavam loucas para vir aqui, saber como é. Diziam: "Pô, mó legal o Bahamas.'" Única mulher entre quatro irmãos, 1,80m, 61kg, casada, um filho de um ano e dez meses, Aritana conversou com o repórter Paulo Sampaio momentos antes de o pai sair da prisão.  

FOLHA - Seu pai a deixava freqüentar o Bahamas quando era pequena?
ARITANA MARONI - Imagina, eu cresci ali. Ele sempre foi muito aberto. Me dizia que existem três tipos de mulher: a amada, a paga e a usada -que é a menina que "dá" pra todo mundo e acaba sozinha. Quando perdi a virgindade, aos 15 anos, minha mãe leu no meu diário e contou pro meu pai. Ele veio e disse: "Gostou? Então usa camisinha e não fica grávida."

FOLHA - Você é casada?
ARITANA - Sim, perdi a virgindade com meu marido. Ele trabalha com meu pai, fica andando atrás dele o dia inteiro. Meu pai grita: "Paulo, faz isso! Paulo faz aquilo!"

FOLHA - Tem ciúmes?
ARITANA - Eu não! Acho gostoso saber que ele está por perto.

FOLHA - E das garotas?
ARITANA - Sou mais eu. Tenho tudo que elas têm, mais ou menos a mesma idade, vou aos mesmos lugares. Duas até estudaram na Faap comigo. Entendo que é mais fácil vender o corpo e ganhar R$ 15 mil por mês do que trabalhar em shopping.

FOLHA - Como reagiu quando soube que seu pai estava preso?
ARITANA - Ele me ligou um dia antes avisando que diria aquelas palhaçadas pro Kassab. "Tão perseguindo o papai; papai não vai deixar, papai vai meter as caras." E eu: "Não faz isso, papai!". Ele desligou na minha cara. Meus pais são assim. Na adolescência, a gente é que tinha de ir atrás deles.

FOLHA - Você o visitou na prisão?
ARITANA - Levei vários livros. Um do....me esqueço o autor. Não é o Nietzsche, é outro psicólogo. Outro do Marx, sabe? É um livro grosso, cinza. Meu pai só lê livro grosso. Também aquele das 48 leis, que mostra como o Da Vinci e outros caras fizeram para chegar onde chegaram passando por cima de todo mundo.

FOLHA - Por que a família toda veio acompanhar a coletiva de seu pai no Bahamas?
ARITANA - Coisa de italiano. Um se estrepa, vai todo mundo junto.

PAPO CABEÇA
O traficante Juan Carlos Abadía está se tratando com um psiquiatra, a quem paga honorários. Abadia recebe a visita do profissional com regularidade, no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS). Entre outros problemas, diz o advogado Sergio Alambert, ele sofre de claustrofobia -problema agravado pelo fato de passar o tempo todo trancafiado numa cela, com direito a só dois dias de sol.

ÁGUA FRIA
Além de reclamar da comida -o advogado Alambert diz que Abadía emagreceu dez quilos -, o traficante se queixa de falta de tempo para tomar banho.

 

Os chuveiros das celas individuais de Campo Grande são ligados todos ao mesmo tempo. A água cai por apenas cinco minutos e eles então são desligados. Muito presidiário sai da ducha ensaboado.

BRASIL CENÁRIO
E o advogado do traficante diz que ele pode vender a história de sua vida -incluindo cenas de pagamento de propina a policiais brasileiros - à produtora americana Miramax, com quem Alambert diz já estar negociando.

DOCE LAR
O dinheiro de Alberto Cacciola que eventualmente for recuperado pelo governo brasileiro será destinado à construção de um presídio federal. Um dos candidatos a "hóspede" é o próprio ex-banqueiro Cacciola, caso volte ao país. É o que diz Romeu Tuma Jr., secretário nacional de Justiça. "Os recursos obtidos com o crime contaminam o dinheiro limpo. Vamos tentar trazer tudo o que ele tem para o Brasil", diz Tuma. Ele pretende ir a Mônaco acompanhar o julgamento do pedido de extradição feito pelo governo, ainda sem data marcada.

MUTIRÃO
Luz no fim do túnel para o Masp, que, aos 60 anos, acumula dívida de mais de R$ 10 milhões: o diretor de Museus do Ministério da Cultura, José do Nascimento Júnior, diz que há negociação com a direção do museu paulista para que o poder público possa participar da gestão do museu e, com isso, injetar recursos na instituição. A assessoria do Masp diz apenas que, pela primeira vez, há uma convergência de interesses dos governos federal, estadual e municipal em torno de uma solução para os problemas financeiros do museu.

SOFÁ
Mônica Veloso, a mãe da filha de Renan Calheiros, vai ser a estrela de uma festa da "Playboy" na próxima segunda-feira, no hotel Hyatt, em São Paulo. No mailing de convidados, diz ela, estão "publicitários, anunciantes, formadores de opinião e algumas estrelas". Mônica pretende cumprir também maratona de entrevistas para divulgar seu ensaio de nudez.
 

Está agendando entrevistas com os apresentadores Amaury Jr., Hebe Camargo ("ela foi muito gracinha comigo quando todos me detonavam") e João Doria Jr. ("acho ele o máximo, super-formador de opinião").

SÓ MINHA
A modelo Marcelle Bittar desfila hoje com exclusividade para a Yves Saint Laurent na Semana de Moda de Paris, convidada pelo estilista da marca, Stefano Pilatti.

CABIDE
Mulher de Johnny Saad, presidente do grupo Bandeirantes, Claudia Saad vai lançar uma linha de camisetas. As peças terão figuras de animais se confraternizando, acompanhadas de mensagens como "Respeite as diferenças" e "Vamos construir uma ponte entre o Oriente e o Ocidente".

CURTO-CIRCUITO

O JORNALISTA THALES GUARACY lança, hoje, às 19h, o livro "Campo de Estrelas", na Livraria da Vila da alameda Lorena.
A EXPOSIÇÃO "Mirada: Latino-americanos do MAC-USP no Memorial", com curadoria da Carmen Aranha, será aberta, hoje, às 19h30, no Memorial da América Latina.
O ESPAÇO ROSA ROSARUM realiza hoje, às 13h, chá beneficente em prol da associação Obras Assistenciais de Dona Filhinha.
COMEÇA HOJE a 4ª edição do projeto "Anfitriãs do Brasil", no restaurante Obá, com festival de comidas típicas da Itália.
O MUSEU DA IMAGEM E DO SOM abre hoje exposição retrospectiva sobre a carreira do fotógrafo Luís Humberto.
A ARTISTA PLÁSTICA PAULISTANA SILVIA MECOZZI inaugura hoje exposição na Sycomore Art, em Paris.
com DIÓGENES CAMPANHA, MATHEUS PICHONELLI e MARIANA BASTOS

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