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Em comédia, sexo vira o esporte nacional
DA ENVIADA AO RIO
O Brasil não só está na moda como está, de novo, alimentando um imaginário estrangeiro que passa pela alegria, pela musicalidade e pela sensualidade do povo.
O Festival do Rio criou
uma mostra, chamada de "O
Brasil do Outro", destinada a
abrigar títulos que trazem esse olhar de fora, essa câmera
intrusa para a cidade.
Entre os filmes exibidos,
estão os documentários "Rio
Sonata", do francês Georges
Gachot, e "Complexo: Universo Paralelo", do português Mário Patrocínio.
Gachot usou a silhueta
perfeita da baía de Guanabara como cenário para a música de Nana Caymmi. É um filme que forja, do Brasil, a beleza e o talento.
Já Patrocínio quis subir o
morro do Alemão para, de
perto, conhecer o cotidiano
de seus moradores.
Descobriu o que os documentaristas brasileiros já haviam descoberto. Mas sua câmera não consegue disfarçar
o encantamento com o "jeito
brasileiro de ser".
"Rio Sex Comedy", apesar
de ter sido apresentado fora
dessa mostra, é outro dos filmes a tentar compreender o
incompreensível do Brasil.
O diretor Jonathan Nossiter usou personagens estrangeiros -uma antropóloga,
um embaixador e uma cirurgiã plástica- para brincar
com os estereótipos e com as
manias nacionais.
O filme pode ser definido
como uma "comédia sociológica" e joga na tela a praga
das cirurgias plásticas, o "favela tour", a caipirinha, o papel das empregadas domésticas e o sexo à flor da pele.
No longa, o sexo é, de longe, o principal esporte nacional. Os personagens, com os
hormônios tão atiçados, nem
se lembram do futebol.
(APS)
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