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TV
Dono de cinco empresas, o publicitário Roberto Justus estréia na noite de hoje no comando do "reality show" "O Aprendiz"
Colecionador de loiras faz "demissão em série" na Record
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele não é artista, mas não pára
de dar autógrafo. Dono de uma
das maiores agências de publicidade do país, Roberto Justus, 49,
acrescenta a partir de hoje mais
um título a seu currículo: além de
publicitário, celebridade, socialite, especialista em loiras e metrossexual, será apresentador de "reality show". "Pelo menos terei motivo real para dar autógrafo", diz.
O empresário estréia às 22h no
comando de "O Aprendiz" (Record), versão do programa que
bateu recorde de audiência nos
EUA com a apresentação do excêntrico e bilionário Donald
Trump. Justus escolherá um dentre 16 candidatos para empregar
numa de suas cinco empresas,
com salário de R$ 250 mil/ano.
"Demitirá" 15, um a cada episódio
(terças e quintas), fazendo com
que passem por experiências que
ele próprio nunca viveu: ralar por
emprego e ser despedido. Filho de
empreiteiro húngaro, Justus começou como patrão, há 25 anos,
ao abrir sua primeira agência.
Mais de 30 mil se inscreveram
para o "reality" e foram selecionados por funcionários de Justus, da
Record e "headhunters" (caça-talentos). Os 16 estão no Hillton Hotel (SP), e o cenário será a luxuosa
suíte presidencial. Leia trechos da
entrevista de Justus à Folha:
Folha - Por que foi escolhido?
Roberto Justus - A Record disse
que só daria certo se achasse um
empresário bem-sucedido, articulado, extrovertido, com boa
aparência e conhecido do grande
público. Foi importante o fato de
ter tido minha vida pessoal exposta, na época da relação com minhas ex-mulheres (as apresentadoras Adriane Galisteu e Eliana).
Folha - Não disseram que é parecido com Donald Trump?
Justus - Não, porque não sou.
Ele tem um estilo exuberante,
gosta de dourado, néon. Não sou
over, ostensivo. Brincam que nós
dois gostamos de mulheres bonitas. Mas que homem não gosta?
Folha - Por que alguém que tem
cinco empresas e uma carreira de
sucesso topa virar apresentador de
"reality show" da Record?
Justus - Gosto do projeto, que irá
mostrar aos jovens como é uma
seleção séria para emprego. Além
disso, tem começo, meio e fim. Se
farei outro, já é outra história.
Folha - Dá autógrafos na rua?
Justus - É raro em SP. Mas fora...
Fui dar palestra em Fortaleza e levei um tempão para conseguir
sair do evento. Fiz mais de 300 fotos, dei mais de 200 autógrafos,
principalmente a meninas. É de
envaidecer. Fico constrangido,
porque dá autógrafo quem fez alguma coisa, atleta, ator. O que fiz?
Talvez agora, com o programa,
seja diferente. Haverá motivo.
Folha - Então aceitou o convite
para ter motivo para autógrafos?
Justus - [risos] Para oficializar os
autógrafos, né? "Taí" uma razão.
Folha - Trump recebeu um cachê muito alto. Você também?
Justus - Na segunda versão, ele
teria recebido US$ 1 mi por cada
um dos 18 episódios. Aqui é outra
realidade. Não é um mal dinheiro,
mas não foi isso o que me fez aceitar. Vou doar parte a uma instituição que ofereça empregos.
Folha - Você é mais playboy, publicitário, empresário, socialite, especialista em loiras, celebridade ou
apresentador de "reality show"?
Justus - Prefiro publicitário, pai
de família. Playboy não é justo,
trabalho desde os 18. Falam que
sou metrossexual, isso não me incomoda. Cuidar da aparência não
afeta a masculinidade. Também
dizem que sou louco por flash. Eu
me blindei a tudo isso, aceitei que
sou vidraça e que virão críticas.
Folha - Tudo bem então dizer que
você é um especialista em loiras?
Justus - Sem problemas. Estou
com uma morena lindíssima.
Gosto de mulher bacana e bonita.
Folha - Fim de semana na ilha de
"Caras" é diversão ou trabalho?
Justus - Só fui para esse tipo de
coisa quando estava com a Eliana
ou a Adriane. Era importante para elas, que vivem da mídia. Nada
contra, mas não procuro a imprensa. Mas tenho minha vaidade
também. Quem não gosta de ver
uma reportagem positiva a seu
respeito? Só o mentiroso.
Folha - E a polêmica do cabelo?
Justus - É uma bobagem que
surgiu porque ando arrumado.
Também porque, na época da separação, a Adriane disse que faço
escova. Tive que descobrir o que
era isso. Não preciso, meu cabelo
é fácil. Seco, penteio e vou embora. Que importância tem isso, né?
Folha - Seu penteado não tem um
quê de Donald Trump?
Justus - Não, pelo amor de Deus.
Ele tem topete, uma coisa! O meu
é natural, uso só xampu, nem creme rinse. Ou melhor, condicionador. Não escreve creme rinse porque vão me achar cafona [risos].
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