São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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TV

Dono de cinco empresas, o publicitário Roberto Justus estréia na noite de hoje no comando do "reality show" "O Aprendiz"

Colecionador de loiras faz "demissão em série" na Record

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele não é artista, mas não pára de dar autógrafo. Dono de uma das maiores agências de publicidade do país, Roberto Justus, 49, acrescenta a partir de hoje mais um título a seu currículo: além de publicitário, celebridade, socialite, especialista em loiras e metrossexual, será apresentador de "reality show". "Pelo menos terei motivo real para dar autógrafo", diz.
O empresário estréia às 22h no comando de "O Aprendiz" (Record), versão do programa que bateu recorde de audiência nos EUA com a apresentação do excêntrico e bilionário Donald Trump. Justus escolherá um dentre 16 candidatos para empregar numa de suas cinco empresas, com salário de R$ 250 mil/ano. "Demitirá" 15, um a cada episódio (terças e quintas), fazendo com que passem por experiências que ele próprio nunca viveu: ralar por emprego e ser despedido. Filho de empreiteiro húngaro, Justus começou como patrão, há 25 anos, ao abrir sua primeira agência.
Mais de 30 mil se inscreveram para o "reality" e foram selecionados por funcionários de Justus, da Record e "headhunters" (caça-talentos). Os 16 estão no Hillton Hotel (SP), e o cenário será a luxuosa suíte presidencial. Leia trechos da entrevista de Justus à Folha:
 

Folha - Por que foi escolhido?
Roberto Justus -
A Record disse que só daria certo se achasse um empresário bem-sucedido, articulado, extrovertido, com boa aparência e conhecido do grande público. Foi importante o fato de ter tido minha vida pessoal exposta, na época da relação com minhas ex-mulheres (as apresentadoras Adriane Galisteu e Eliana).

Folha - Não disseram que é parecido com Donald Trump?
Justus -
Não, porque não sou. Ele tem um estilo exuberante, gosta de dourado, néon. Não sou over, ostensivo. Brincam que nós dois gostamos de mulheres bonitas. Mas que homem não gosta?

Folha - Por que alguém que tem cinco empresas e uma carreira de sucesso topa virar apresentador de "reality show" da Record?
Justus -
Gosto do projeto, que irá mostrar aos jovens como é uma seleção séria para emprego. Além disso, tem começo, meio e fim. Se farei outro, já é outra história.

Folha - Dá autógrafos na rua?
Justus -
É raro em SP. Mas fora... Fui dar palestra em Fortaleza e levei um tempão para conseguir sair do evento. Fiz mais de 300 fotos, dei mais de 200 autógrafos, principalmente a meninas. É de envaidecer. Fico constrangido, porque dá autógrafo quem fez alguma coisa, atleta, ator. O que fiz? Talvez agora, com o programa, seja diferente. Haverá motivo.

Folha - Então aceitou o convite para ter motivo para autógrafos?
Justus -
[risos] Para oficializar os autógrafos, né? "Taí" uma razão.

Folha - Trump recebeu um cachê muito alto. Você também?
Justus - Na segunda versão, ele teria recebido US$ 1 mi por cada um dos 18 episódios. Aqui é outra realidade. Não é um mal dinheiro, mas não foi isso o que me fez aceitar. Vou doar parte a uma instituição que ofereça empregos.

Folha - Você é mais playboy, publicitário, empresário, socialite, especialista em loiras, celebridade ou apresentador de "reality show"?
Justus -
Prefiro publicitário, pai de família. Playboy não é justo, trabalho desde os 18. Falam que sou metrossexual, isso não me incomoda. Cuidar da aparência não afeta a masculinidade. Também dizem que sou louco por flash. Eu me blindei a tudo isso, aceitei que sou vidraça e que virão críticas.

Folha - Tudo bem então dizer que você é um especialista em loiras?
Justus -
Sem problemas. Estou com uma morena lindíssima. Gosto de mulher bacana e bonita.

Folha - Fim de semana na ilha de "Caras" é diversão ou trabalho?
Justus -
Só fui para esse tipo de coisa quando estava com a Eliana ou a Adriane. Era importante para elas, que vivem da mídia. Nada contra, mas não procuro a imprensa. Mas tenho minha vaidade também. Quem não gosta de ver uma reportagem positiva a seu respeito? Só o mentiroso.

Folha - E a polêmica do cabelo?
Justus -
É uma bobagem que surgiu porque ando arrumado. Também porque, na época da separação, a Adriane disse que faço escova. Tive que descobrir o que era isso. Não preciso, meu cabelo é fácil. Seco, penteio e vou embora. Que importância tem isso, né?

Folha - Seu penteado não tem um quê de Donald Trump?
Justus -
Não, pelo amor de Deus. Ele tem topete, uma coisa! O meu é natural, uso só xampu, nem creme rinse. Ou melhor, condicionador. Não escreve creme rinse porque vão me achar cafona [risos].


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