|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Claret admite dois plágios, mas nega um
DA SUCURSAL DO RIO
Martin Claret completará 80 anos em fevereiro.
Gaúcho de Ijuí, diz que
chegou a São Paulo nos
anos 60 e trabalhou, entre
outros ramos, na indústria
automobilística antes de
criar, na década seguinte, a
editora com seu nome.
"A dificuldade era grande, tínhamos poucos autores e enveredamos para o
livro de domínio público
em formato pocket", diz.
Em conversa por telefone com a Folha nesta semana, Claret assumiu ter
indenizado Modesto Carone por causa das traduções de Kafka: "Acertamos
tudo". Reconheceu também a cópia de "A República", mas, ao contrário
do que afirmara ao jornal
goiano "Opção", não culpou Pietro Nassetti.
"Eu estou assumindo a
responsabilidade. Se tiver
que ressarcir alguém, estamos dispostos a ressarcir. Se houver um erro, estamos dispostos a corrigir.
Talvez possa ter havido alguma ingenuidade nossa,
falta de habilidade profissional", justifica.
Apesar dos indícios,
Claret negou que sua edição de "As Flores do Mal"
seja plágio: "Não houve
nada". E disse "não estar a
par" do caso de "Os Irmãos Karamazov".
O editor afirmou que
Pietro Nassetti era o tradutor dos vários livros em
que aparece seu nome.
"Ele precisava, trabalhava
bastante", disse Claret,
pouco antes de pedir o telefone do repórter para ligar depois, o que não
aconteceu.
De acordo com mensagem deixada por uma filha
de Nassetti num grupo de
discussões da internet,
seu pai morreu em janeiro
de 2005, "nunca foi um
tradutor fantasma" e pode
ter sido prejudicado por
erros de revisão da editora. A Folha localizou outra filha, mas ela desligou
o telefone enquanto o repórter falava. Foram deixados dois recados, mas
não houve resposta.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Livros trazem mensagem contra cópia Índice
|