São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Claret admite dois plágios, mas nega um

DA SUCURSAL DO RIO

Martin Claret completará 80 anos em fevereiro. Gaúcho de Ijuí, diz que chegou a São Paulo nos anos 60 e trabalhou, entre outros ramos, na indústria automobilística antes de criar, na década seguinte, a editora com seu nome.
"A dificuldade era grande, tínhamos poucos autores e enveredamos para o livro de domínio público em formato pocket", diz.
Em conversa por telefone com a Folha nesta semana, Claret assumiu ter indenizado Modesto Carone por causa das traduções de Kafka: "Acertamos tudo". Reconheceu também a cópia de "A República", mas, ao contrário do que afirmara ao jornal goiano "Opção", não culpou Pietro Nassetti.
"Eu estou assumindo a responsabilidade. Se tiver que ressarcir alguém, estamos dispostos a ressarcir. Se houver um erro, estamos dispostos a corrigir. Talvez possa ter havido alguma ingenuidade nossa, falta de habilidade profissional", justifica.
Apesar dos indícios, Claret negou que sua edição de "As Flores do Mal" seja plágio: "Não houve nada". E disse "não estar a par" do caso de "Os Irmãos Karamazov".
O editor afirmou que Pietro Nassetti era o tradutor dos vários livros em que aparece seu nome. "Ele precisava, trabalhava bastante", disse Claret, pouco antes de pedir o telefone do repórter para ligar depois, o que não aconteceu.
De acordo com mensagem deixada por uma filha de Nassetti num grupo de discussões da internet, seu pai morreu em janeiro de 2005, "nunca foi um tradutor fantasma" e pode ter sido prejudicado por erros de revisão da editora. A Folha localizou outra filha, mas ela desligou o telefone enquanto o repórter falava. Foram deixados dois recados, mas não houve resposta.


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