São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Coleção Folha revê o bebop de Monk

Pioneiro do ritmo, pianista é tema do volume que sai no próximo domingo

Autor do clássico "Round Midnight", músico ficou conhecido por seu estilo despojado; Miles Davis foi um dos parceiros de estúdio

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No domingo que vem, você terá a chance de conhecer um dos mais visionários e cultuados pianistas do século 20. Thelonious Monk é o tema do volume 8 da Coleção Folha Clássicos do Jazz.
Um dos pais fundadores do estilo de jazz rico em improvisações e ousadias melódicas e harmônicas que ficou conhecido como bebop, Monk (1917-1982) garantiu seu lugar na história da música em 1944, ao compor um dos mais marcantes "standards" de todos os tempos: "Round Midnight".
Seu legado, contudo, é ainda maior do que essa obra-prima. Ataques de mão espalmada, sonoridades rudes e percussivas, brincadeiras com o tempo musical, senso rítmico peculiar: nunca, no jazz ou na música erudita, alguém havia tratado o piano de modo tão particular.
Em cena, desconcertava, com seus óculos chamativos, gorros e o hábito de se levantar e ficar dançando ao lado do piano, enquanto os outros músicos da banda tocavam.
Se ouvir Monk pode ser perturbador para os de conceitos muito estabelecidos sobre o que é certo ou errado no piano, seus experimentos também arejam a mente e mostram as possibilidades do instrumento.
Não por acaso, sua musicalidade rica e imaginativa galvanizou a mente de músicos como Coleman Hawkins, Miles Davis, Gerry Mulligan, Art Blakey e Sonny Rollins, que dividiram palcos e estúdios de gravação com o pianista.
Um deles chegou a dizer: "Sempre tinha que ficar alerta com Monk, porque, se você não presta atenção o tempo todo [...], pode se sentir como se estivesse entrando em um fosso vazio de elevador".
Esse músico que ficava espantado com a fertilidade das improvisações do pianista não podia ser acusado de novato nem de "quadrado". Pelo contrário: tratava-se do saxofonistas John Coltrane, um dos maiores improvisadores que o jazz já teve.


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