Especializado em pesquisa de moda e na antecipação de novidades, site inglês WGSN completa dez anos de funcionamento fechado e cria site para o público

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes que a sustentabilidade preocupasse marcas de roupas e que a valorização da beleza de mulheres comuns invadisse as campanhas de cosméticos, a WGSN já estava à espreita.
O site inglês, abreviatura para Worth Global Style Network (www.wgsn.com), é referência em pesquisas sobre a indústria da moda, antecipando tendências que muitos só vão notar quando forem velhas.
Mas, para ter acesso ao farto conteúdo do site -das fotos dos produtos exibidos esta semana nas vitrines de Tóquio às tendências de maquiagem das passarelas de Milão, passando por reportagens sobre o setor têxtil-, marcas como Zara e L'Oréal pagam US$ 27 mil por ano.
Sem gastar um dólar, porém, qualquer internauta poderá acessar, até o dia 31 de dezembro, o website que a WGSN criou para marcar seu aniversário de dez anos (www.wgsn.com/10). Ali, sua equipe elegeu as tendências mais importantes nos últimos dez anos, das dez celebridades que influenciaram a moda às dez tendências tecnológicas do período.
"O site é uma boa maneira para consumidores comuns conhecerem a WGSN e observarem o que foi realmente relevante nos assuntos ali citados", diz à Folha por e-mail a inglesa Juliet Warketing, diretora de conteúdo da empresa.
A WGSN foi criada em 1989 pelos irmãos Julian e Marc Worth (sobrenome que dá nome ao portal), inspirado no Bloomberg (www.bloomberg.com), site pioneiro no jornalismo eletrônico especializado em finanças.
"Identificar tendências é tentar reconhecer um padrão do que está acontecendo no mundo, na arte, música, moda e nos novos movimentos socais", diz Juliet.
Para isso, a WGSN conta com 200 profissionais -de sociólogos a fotógrafos-, que viajam o mundo pesquisando. O passo seguinte na caça por tendências é identificar, na sede londrina, o que foi encontrado em comum por esses analistas. "O trabalho em equipe e o compartilhamento de informação é essencial", afirma a diretora.
Juliet conta que as tendências são identificadas primeiro a longo prazo -as chamadas macrotendências-, depois por estação do ano e, por fim, em tempo real.
Para monitorar e atualizar essa pesquisa, a internet tem papel fundamental, como enfatiza Juliet, já que as tendências são raramente estáticas.

Brasil
Dos mais de 3.000 assinantes do portal, espalhados em mais de 80 países, 125 deles estão no Brasil. São nomes como C&A, Rede Globo e Motorola.
O escritório brasileiro é o único na América Latina, mas os funcionários só saem a campo durante as semanas de moda paulista e carioca, com reforço dos caçadores de tendência estrangeiros que vêm ao Brasil pesquisar.
Se, há um ano, a equipe preconizava sobre sustentabilidade e a valorização da beleza comum, o portal hoje catequiza seus clientes sobre a importância de pequenos prazeres, tendência batizada por eles como "nice", vista na invasão da toy art ou em coleções mais irônicas e divertidas -e com data para expirar no próximo ano.

HIPERLINK

Outra tendência apontada pelo portal, chamada "futuro imperfeito", valoriza uma estética inacabada (acima) de roupas irregulares e assimétricas. Já a "invencível", focada no mundo virtual e por suas inúmeras possibilidades, se traduz em sandálias gladiador e metais que remetem às batalhas do dia-a-dia.

MINHA INTERNET

Ellen Lupton designer e curadora de design contemporâneo do museu Cooper-Hewitt, em Nova York
www.elupton.com

core77.com
As últimas novidades do mundo do design. É como uma revista on-line com informações, notícias, competições, manifestos. Sempre atualizado

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Esse site segue uma li- nha mais intelectual e séria em relação ao design. É possível encontrar trabalhos acadêmicos sobre o assunto

www.designboom.com
Esse funciona com a es- trutura de um blog, também sobre novidades de design, cursos, entrevistas, competições e até uma loja virtual

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