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TELEVISÃO
Crítica
Longas mostram genialidade de Billy Wilder
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O crítico Jairo Ferreira gostava de recorrer à classificação de Ezra Pound, para quem havia inventores, mestres, diluidores. Em qual dessas categorias se situaria Billy Wilder?
Pessoalmente, me parece um mestre, isto é, não inventou procedimentos, gêneros, nada disso, mas soube utilizá-los por vezes melhor do que os próprios inventores.
"Quanto Mais Quente Melhor" (TC Cult, 19h45, livre) consegue fazer um uso do travesti (Tony Curtis e Jack Lemmon), por exemplo, tão eficaz quanto o de Howard Hawks, ainda que menos profundo (pois não sistemático). Mas Wilder entendeu Marilyn Monroe melhor do que Hawks, que não a sintonizava.
E seu "A Primeira Página" (TCM, 17h40, não indicado a menores de 14 anos) retoma "Jejum de Amor" sem lhe dever nada. Acima de tudo, Wilder soube fazer reviver, entre os anos 1950 e 70, com a ajuda de I.A.L. Diamond, a arte do roteiro e das grandes comédias dos anos 30, sobretudo de Ben Hecht e Charles MacArthur.
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