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Evinha é o destaque da coleção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mais interessante da coleção
"Jovem Guarda" -exatamente
porque são discos já além do movimento- são os dois álbuns de
Evinha, relançados agora pela primeira vez em CD, de 1969 e 1970.
Chamada por Wilson Simonal de
"futura maior cantora do Brasil"
na contracapa de seu álbum de estréia, Evinha, irmã dos integrantes do Golden Boys e Trio Esperança, começou na música ainda
criança e já tinha quase dez anos
de carreira quando se lançou solo.
Se o seu primeiro álbum traz o lindo hit "Casaco Marrom", o segundo é um pequeno clássico
obscuro.
Com arranjos do lendário
Maestro Gaya e do cult Orlando
Silveira, os discos contavam com
a participação do Som 3 de Cesar
Camargo Mariano e traziam músicas de compositores como Antonio Adolfo, Antonio Carlos e Jocafi, Marcos Valle, Ivan Lins (em
sua primeira fase, com influência
de música negra americana),
além de "Something", de George
Harrison, e a simples e singela balada "Abrace Paul McCartney por
Mim", de uma Joyce em começo
de carreira, dos versos "meu
amor, meu ice cream / abrace
Paul McCartney por mim".
São discos de alta qualidade
musical, produtos do momento
mais maduro da música brasileiro, do fim dos anos 60/começo
dos 70, em que houve uma modernização até hoje não superada.
No pós-bossa, estilos se cruzavam
com naturalidade, e coexistiam
elementos como soul, bossa, jazz,
samba, rock e canção para se fazer
uma música sem limitações ou
classificações fáceis. E Evinha dialogava com artistas da época que
lançavam discos ultramodernos,
cultuados e influentes até hoje,
como Marcos Valle, Wilson Simonal e Antonio Adolfo.
(RE)
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