São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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Evinha é o destaque da coleção

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mais interessante da coleção "Jovem Guarda" -exatamente porque são discos já além do movimento- são os dois álbuns de Evinha, relançados agora pela primeira vez em CD, de 1969 e 1970. Chamada por Wilson Simonal de "futura maior cantora do Brasil" na contracapa de seu álbum de estréia, Evinha, irmã dos integrantes do Golden Boys e Trio Esperança, começou na música ainda criança e já tinha quase dez anos de carreira quando se lançou solo. Se o seu primeiro álbum traz o lindo hit "Casaco Marrom", o segundo é um pequeno clássico obscuro.
Com arranjos do lendário Maestro Gaya e do cult Orlando Silveira, os discos contavam com a participação do Som 3 de Cesar Camargo Mariano e traziam músicas de compositores como Antonio Adolfo, Antonio Carlos e Jocafi, Marcos Valle, Ivan Lins (em sua primeira fase, com influência de música negra americana), além de "Something", de George Harrison, e a simples e singela balada "Abrace Paul McCartney por Mim", de uma Joyce em começo de carreira, dos versos "meu amor, meu ice cream / abrace Paul McCartney por mim".
São discos de alta qualidade musical, produtos do momento mais maduro da música brasileiro, do fim dos anos 60/começo dos 70, em que houve uma modernização até hoje não superada. No pós-bossa, estilos se cruzavam com naturalidade, e coexistiam elementos como soul, bossa, jazz, samba, rock e canção para se fazer uma música sem limitações ou classificações fáceis. E Evinha dialogava com artistas da época que lançavam discos ultramodernos, cultuados e influentes até hoje, como Marcos Valle, Wilson Simonal e Antonio Adolfo. (RE)


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