São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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Crítica

Filme mostra um Daniel Day-Lewis cheio de utopias

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "O Mundo de Jack e Rose" (Telecine Premium, 13h50), Daniel Day-Lewis é Jack, o pai que prossegue com a filha um projeto de vida (e político) que se escoou pelo ralo da história, o da comunidade alternativa dos anos 60.
Mesmo restrita às cercanias da fazenda em que vivem, a utopia hippie segue em frente, com ambos interagindo com a natureza, barrando certos itens de consumo (como a TV) e até assumindo uma quase relação marital -jamais incestuosa.
Porém, se o projeto pode resistir em versão "pocket", Jack não pode lutar contra a biologia: ele morrerá em breve e terá, assim, que treinar sua filhinha de 16 anos para a vida, o que significa abrir a comuna para agentes externos. Que estão longe de serem perfeitos (os filhos geração MTV da namorada de Jack, por exemplo), mas que têm lá sua beleza, fazem parte da contemporaneidade.
O resultado disso é soberbo, porque não será uma guerra entre dois estilos de vida, mas sim o casamento de dois mundos diferentes.


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