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Televisão
SBT exibe pancadaria em plena tarde
Recheados de insultos e agressões, "Raw" e "Smackdown" integram bloco de telecatch que o canal veicula a partir de hoje
Diretor do grupo que produz as atrações diz que violência "não é muito diferente" de um jogo de futebol em que um atleta dá um "carrinho"
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O telecatch está de volta à TV
a partir de hoje. Já que Ted Boy
Marino e Aquiles, astros das lutas tupiniquins nas décadas de
60 e 70, passaram da idade de
subir ao ringue, os sopapos ficarão por conta dos cerca de 70
brutamontes (e de algumas
donzelas esquentadas) das ligas
norte-americanas Raw e
Smackdown, que o SBT passa a
transmitir num bloco de duas
horas, nas tardes de sábado.
Hoje, para abrir os trabalhos,
será exibido um especial de
apresentação dos lutadores e
das "tramas" que os interligam,
uma espécie de "o que aconteceu nos capítulos anteriores". A
partir do dia 12, irão ao ar os
episódios mostrados na TV
americana naquela semana.
Por lá, as transmissões têm
boa audiência em canais abertos e pagos, sobretudo na faixa
de homens entre 18 e 49 anos
(isca de anunciantes). Os programas são o sustentáculo de
uma indústria que inclui DVDs,
livros, conteúdo para celular,
CDs e licenciamentos (bonecos, cinturões personalizados,
camisetas etc.) e movimenta
US$ 400 milhões (cerca de R$
700 milhões) por ano.
Nas duas atrações, socos,
pontapés e voadoras são pontuados por uma "mise-en-scène" farta em caretas, trocas de
insultos nos bastidores e urros
da platéia. A apologia à violência não impediu o SBT de exibir
o WWE em plena tarde, ou seja,
com classificação livre (liberado para todas as idades).
Em entrevista à Folha, o vice-presidente de mídia da
WWE Inc., Shane McMahon,
36 (também lutador ocasional
ou, como ele prefere, "atleta/
superstar"), relativizou o teor
agressivo das produções e se
referiu a elas como "séries de
entretenimento". "Elas têm algo para todos os gostos: luta,
novela, show de rock e esporte.
Quanto à violência, não é muito diferente de quando você está assistindo a um jogo de futebol e um atleta dá um "carrinho" para tirar a bola do outro."
Paralítico
Mas ele reconhece que, não
raro, os murros ultrapassam a
barreira do "entretenimento":
"Um atleta ficou paralítico. Infelizmente, eles se machucam a
toda hora".
Além da disposição para fraturar costelas a torto e a direito,
é preciso ter carisma para entrar para as ligas, diz McMahon, da quarta geração do clã a
faturar com os ringues. "Meu
bisavô agendava lutas de boxe
no Madison Square Garden nos
anos 20. Meu avô redirecionou
os negócios para o campo da luta livre e criou uma liga regional. Por fim, meu pai fez da
WWE uma companhia nacional, na virada da década de 70
para a de 80", conta ele.
Aqui no Brasil, o plano de investimentos do grupo inclui a
abertura de um escritório em
São Paulo e, se a audiência responder bem no SBT, um possível "tour das estrelas".
WWE - LUTA LIVRE NA TV
Quando: sábados, das 16h às 18h
Onde: SBT
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