São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPERCUSSÃO

Jacó Guinsburg, 78, editor e professor aposentado de teoria do teatro da USP - "Décio significava teatro. Minha geração aprendeu teatro com ele, principalmente a fazer uma leitura crítica do teatro. É um dos homens que fizeram a revolução teatral no Brasil."

Tônia Carrero, atriz - "Estou muito triste, não tive tempo de me despedir. Foi uma pessoa muito importante no começo da minha carreira, sempre um grande amigo. Vou sentir muita saudade."

Modesto Carone, escritor e tradutor - "É uma perda irreparável para a história e a crítica do teatro brasileiro. Décio de Almeida Prado foi não só um dos seus inspiradores, mas também um dos representantes de sua orientação estética e social. Além do mais, a prosa brasileira perde um dos seus grandes cultores, e o Brasil fica diminuído com o desaparecimento deste que foi um dos membros mais eminentes da chamada geração "clima"."

Consuelo de Castro, dramaturga - "Era um estruturalista. Via os personagens dentro de uma estrutura social, ligava-os ao tempo, à cultura da época. Era um Lévi-Strauss do teatro. Quando escrevi minha primeira peça, "Prova de Fogo", me deu dicas, livros e sugeriu melhoras no texto e prefaciou."

Maria Adelaide Amaral, dramaturga e autora de novelas -"Décio era um dos últimos baluartes da cultura nacional. Fazia crítica com consistência, com uma cultura rara hoje. Mesmo em uma crítica desfavorável, você aprendia com ele."

Gianfrancesco Guarnieri, 65, autor de "Eles Não Usam Black-Tie" - "Foi o mestre da minha geração. Não só pela postura como crítico, mas um professor que tratava os artistas iniciantes com carinho e afeto, em plena militância política. Nunca foi de ironias ou piadinhas, era de uma seriedade absoluta em sua crítica."

Walmor Chagas, 69, ator -"Ele representou o grande pilar para os atores, influenciando uma geração inteira, que vai de Sérgio Cardoso e Cacilda Becker até Paulo Autran. Os atores de hoje não representariam com qualidade se não fosse a viga-mestra do crítico que teve influência profunda no teatro brasileiro."

Cézar Vieira, 58, diretor do grupo União e Olho Vivo - "É praticamente um dos pais do moderno teatro brasileiro. Uma pessoa que sempre analisou o movimento teatral imparcialmente, no sentido de não separar entre amadores e profissionais, mas sim entre bom e mau teatro."

Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Anchieta -"Era dos últimos grandes guerreiros. Tinha uma relação total com a cultura. Foi um dos nossos monstros sagrados. Um dos únicos com uma visão integral, unindo humanismo e engajamento social."

Beatriz Segall, atriz - "Era representante de uma época em que a vida era mais delicada, mais conscienciosa, em que as pessoas eram extremamente honestas. Essa é a imagem que me fica dele, um homem muito consciencioso culturalmente, como crítico, como homem público."

Ruth Escobar, atriz - "Décio é a figura mais importante da crítica teatral brasileira neste século. Era um homem impecável, irrepreensível, não se deixava abalar por paixões, suas críticas eram de uma integridade absoluta."


Texto Anterior: Diabético, crítico morreu em sua casa, em SP
Próximo Texto: "Foi um mestre", diz Magaldi
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.