São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PAINEL DAS LETRAS

JOSÉLIA AGUIAR - joselia.aguiar@grupofolha.com.br

Sherazade 2.0

Best-sellers com histórias em cenários árabes apareceram até em quantidade depois de 2001. A boa ficção árabe contemporânea, porém, continua a passar despercebida. Onde encontrá-la? A meia dúzia de profissionais que faz hoje no Brasil traduções diretas do árabe dedica-se a livros de qualidade: entre os muitos clássicos, como o "Livro das Mil e Uma Noites", há já autores atuais, como o egípcio Alaa Al Aswany ("O Edifício Yacubian"), o libanês Elias Khoury ("Porta do Sol"), o sudanês Tayeb Salih ("Tempo de Migrar Para o Norte"). Existem também, claro, bons livros de escritores árabes que escrevem em inglês, como o líbio Hisham Matar ("No País dos Homens"), ou, o que é mais comum, em francês, como o marroquino Tahar Ben Jelloun ("O Último Amigo"). Safa Jubran, entre os tradutores que mais se atêm aos contemporâneos, entregou há pouco o novo de Khoury, "Yalo". Conclui "Azazel", de Youssef Zeidan.

 

De poesia, tradição milenar árabe (o romance é uma arte recente), a oferta é ainda menor. "Poemas Suspensos", seleção de versos da literatura árabe pré-islâmica, é praticamente exceção. Do sírio Adonis, 80 anos, o maior poeta árabe em atividade, não há livro à venda por aqui.



DEPOIS DAQUELE BEIJO
Divulgação
Ilustração do argentino Alfredo Benavídez Bedoya que integrará a primeira tradução do "Kama Sutra" diretamente do sânscrito. Sai pelo novo selo Tordesilhas, da editora Alaúde, no segundo semestre

NUNCA ANTES
"Fanfarrões, Libertinas & outros Heróis" é a coleção de clássicos nunca traduzidos que a Civilização Brasileira prepara para maio. "Desde o "Dom Quixote", boa parte das maiores obras literárias contempla uma grande figura, indigitada já no título", diz o organizador, Marcelo Backes. Na estreia, "O Faraó", de Boleslaw Prus, um dos grandes clássicos poloneses, e "A senhorita de Scuderi", de E. T. A. Hoffmann, uma das primeiras novelas policiais da literatura universal.

SEM ORELHA
Editor no Rio há mais de duas décadas, com histórico de best-sellers, Alberto Schprejer diz que não quer mais ter 80 mil exemplares no estoque -remanescentes de sua Relume Dumará, marca vendida para a Ediouro. Os livros da editora que criou, Ponteio, só são baixados pela web ou impressos sob demanda. Sem orelha, para ter rapidez na gráfica. O próximo e quarto lançamento é do ficcionista hip-hop Alessandro Buzo.


Texto Anterior: Não Ficção
Próximo Texto: Crítica/Romance: Vargas Llosa escreve bom livro, mas se repete e perde viço
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.