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LIVROS
Editoras ampliam assassinatos nas estantes
O mapa do CRIME
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
MARCOS STRECKER
DA REDAÇÃO
Uma nova onda de assassinatos
está tomando discretamente livrarias de todo o mundo. E a culpa não é de nenhum mordomo.
Por trás do aumento dos índices
de criminalidade em todos os
continentes estão cidadãos muito
menos suspeitos, de países com
fichas corridas diminutas.
A Noruega, por exemplo, líder
em índice de desenvolvimento
humano da ONU, é um grande
destaque do novo mapa do crime.
Claro que no mundo da ficção.
Criado na primeira metade do
século 19, por Edgar Allan Poe, o
gênero policial vive sua época de
ouro. A opinião é de Dennis Lehane, um dos principais nomes da
literatura "criminal" atualmente.
Em entrevista à Folha, o autor
de "Sobre Meninos e Lobos"
aponta como maior destaque da
nova safra o compatriota George
Pelecanos. Prestes a ter sua estréia
no mercado brasileiro, ele também foi ouvido pela Folha.
Os dois autores fazem parte do
maior elenco hoje disponível de
romances de suspenses e derivados no país, a Série Policial, da
Companhia das Letras, que já ultrapassa 85 títulos.
A Record é outra editora que
consolida sua aposta em sangue e
lupas. Sua Coleção Negra, iniciada em 1997, já ultrapassa os 70
lançamentos, subdivididos em selos como "Noir Europeu", "Histórica" e "Berlim Noir".
Um dos grandes destaques do
policial norte-americano, Michael Connelly, está entre os próximos da série, com o lançamento
de seu "Atrás de 10 Centavos"
programado para junho.
Mas não é só na língua de Poe e
Conan Doyle que as editoras investem. Países como a França
alertam: os crimes mais "cool"
vêm dos países nórdicos.
Especialista em ficção policial
do "New York Times Book Review", a crítica Marilyn Stasio reitera. Ela vem chamando a atenção
para, entre outros, o sueco Henning Mankell, já publicado aqui.
O próprio país do samba e futebol entra na dança. Luiz Alfredo
Garcia-Roza, um dos citados por
Stasio no novo planisfério criminal, estreou no final dos anos 90 e
já exporta crimes para nove países, dos EUA à Rússia.
Países como Cuba e África do
Sul, internacionalmente tão insignificantes no romance policial
quanto o Brasil, que antes só vendera bem assassinatos com o veterano Rubem Fonseca, também
entram no novo mapa. Acompanhe abaixo um instantâneo da
globalização do crime.
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