São Paulo, sábado, 05 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LIVROS

Editoras ampliam assassinatos nas estantes

O mapa do CRIME

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

MARCOS STRECKER
DA REDAÇÃO

Uma nova onda de assassinatos está tomando discretamente livrarias de todo o mundo. E a culpa não é de nenhum mordomo. Por trás do aumento dos índices de criminalidade em todos os continentes estão cidadãos muito menos suspeitos, de países com fichas corridas diminutas.
A Noruega, por exemplo, líder em índice de desenvolvimento humano da ONU, é um grande destaque do novo mapa do crime. Claro que no mundo da ficção.
Criado na primeira metade do século 19, por Edgar Allan Poe, o gênero policial vive sua época de ouro. A opinião é de Dennis Lehane, um dos principais nomes da literatura "criminal" atualmente.
Em entrevista à Folha, o autor de "Sobre Meninos e Lobos" aponta como maior destaque da nova safra o compatriota George Pelecanos. Prestes a ter sua estréia no mercado brasileiro, ele também foi ouvido pela Folha.
Os dois autores fazem parte do maior elenco hoje disponível de romances de suspenses e derivados no país, a Série Policial, da Companhia das Letras, que já ultrapassa 85 títulos.
A Record é outra editora que consolida sua aposta em sangue e lupas. Sua Coleção Negra, iniciada em 1997, já ultrapassa os 70 lançamentos, subdivididos em selos como "Noir Europeu", "Histórica" e "Berlim Noir".
Um dos grandes destaques do policial norte-americano, Michael Connelly, está entre os próximos da série, com o lançamento de seu "Atrás de 10 Centavos" programado para junho.
Mas não é só na língua de Poe e Conan Doyle que as editoras investem. Países como a França alertam: os crimes mais "cool" vêm dos países nórdicos.
Especialista em ficção policial do "New York Times Book Review", a crítica Marilyn Stasio reitera. Ela vem chamando a atenção para, entre outros, o sueco Henning Mankell, já publicado aqui.
O próprio país do samba e futebol entra na dança. Luiz Alfredo Garcia-Roza, um dos citados por Stasio no novo planisfério criminal, estreou no final dos anos 90 e já exporta crimes para nove países, dos EUA à Rússia.
Países como Cuba e África do Sul, internacionalmente tão insignificantes no romance policial quanto o Brasil, que antes só vendera bem assassinatos com o veterano Rubem Fonseca, também entram no novo mapa. Acompanhe abaixo um instantâneo da globalização do crime.


Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: Experiências no Brasil afetaram literatura de George Pelecanos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.