São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cantoras disputam trono pop de 2008

Galesa Duffy, 23, e inglesa Laura Marling, 18, estréiam em discos que já recebem elogios da imprensa estrangeira

Com uma sonoridade retrô de tom intimista, novas artistas aproveitam o caminho das "veteranas" Amy Winehouse e Lily Allen

Divulgação
Laura Marling, que chegou a ser barrada no próprio show, em clube, por ser menor de idade

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

2006, o ano que ainda não terminou -na música pop. Parece que faz muito tempo, mas, há apenas um ano e meio, Amy Winehouse e Lily Allen apareceram e recuperaram um novo e lucrativo nicho: o das jovens cantoras. Desde então, gravadoras iniciaram a busca por novas Allens e Winehouses. As mais recentes competidoras nessa corrida são a galesa Duffy (23 anos) e a inglesa Laura Marling (18 anos). Elas entram em disputa concorrida, na qual já estão Kate Nash (20), Amy MacDonald (20) e Adele (19), entre outras vozes.
Situação que não deixa de ser curiosa (e sintomática do pop pós-MySpace): Amy Winehouse (24) e Lily Allen (22) surgiram "há tanto tempo" que passaram a ser tratadas como veteranas e são influências para uma geração de novos nomes. Na cola de Allen (e suas letras ultrapessoais emolduradas por um pop retrô) já vieram a inglesa Kate Nash, com o disco "Made of Bricks", e a escocesa Amy MacDonald, dona de "This Is the Life" -ambos alcançaram o topo da parada britânica.
Na cola de Amy, veio Adele e seu "19", lançado em janeiro deste ano, também primeiro lugar da parada. E estão vindo agora Duffy e Laura Marling, que já são hits em sites como MySpace e YouTube.
Tanto Adele quanto Duffy e Laura Marling se beneficiam do mercado soul-pop-retrô escancarado por Amy Winehouse no final de 2006. (Duffy, nascida Aimee Anne Duffy, escolheu ser chamada apenas pelo sobrenome para tentar evitar as constantes comparações com Winehouse.)
Duffy tornou-se uma das principais apostas da gravadora Universal para 2008. Seu álbum de estréia, "Rockferry", foi lançado anteontem no Reino Unido. No próximo dia 17, ela vai a Nova York, para um show promocional para o mercado norte-americano. O álbum chega ao Brasil até o final do mês.
Na semana passada, a cantora ganhou a capa da revista semanal do jornal "Independent", sob o título "jovem, talentosa e galesa: a ascensão e a ascensão de Duffy".
Ela emocionou público no programa de Jools Holland, e enquanto o disco não chega por aqui, pode ser acompanhada no YouTube, que traz vídeos do single "Mercy", da acolhedora "Rockferry" e da cortante balada "Syrup & Honey".
Além de Winehouse, Duffy vem muito acompanhada por citações a Dusty Springfield, principalmente porque sua voz distinta faz par perfeito com melodias que remetem à country music.
"Não há bobagem em Duffy. Ela não precisa esconder nada.
É incrível encontrar alguém como ela em Londres. O que canta vem do coração." Assim Bernard Butler, ex-guitarrista da banda britpop Suede e um dos produtores do disco de Duffy, descreve a cantora que nasceu em Nefyn, pequena vila no norte do País de Gales.
Quando adolescente, ouvia discos de Al Green, Bettye Swan e Phil Spector. Em 2004, enviou várias demos para selos britânicos -um deles caiu nas mãos de Geoff Travis, proprietário da Rough Trade. Por intermédio de Travis, Bernard Butler ajudou Duffy a costurar algumas letras e melodias.

Laura Marling
No ano passado, Laura Marling foi barrada num clube por ser menor de idade. O problema é que ela estava indo para o próprio show. Hoje com 18 anos, Marling não sofre para entrar nos próprios shows, e seu disco de estréia, "Alas, I Cannot Swim", foi recebido com elogios pela imprensa britânica (e pelo "New York Times) no mês passado, quando ganhou as lojas.
Como Winehouse, Marling sai em busca de um pop de tempero retrô; diferentemente de Winehouse, suas canções têm apoio apenas de violão. Mas as letras intimistas e criativas dão charme à sua performance -e o YouTube guarda várias delas.


Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta
Próximo Texto: Escola onde vocalistas estudaram recebe críticas por formatar padrão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.