São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Coleção de Lina é restaurada e ganha mostra

DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

"Matéria-prima: o lixo." A frase de Lina Bo Bardi que faz parte da apresentação de "Nordeste", mostra de arte popular idealizada e organizada por ela no Solar do Unhão, em Salvador, no ano de 1963, sintetiza muito do que ela entendia como arte. Ex-votos, carrancas, estátuas de barro, objetos de cerâmica, entre outras peças, atraíram o seu olhar.
Depois de mais de 40 anos, vários dos objetos presentes naquela exposição voltam à tona em "Fragmentos", que foi aberta no final do mês passado no Centro Cultural Solar Ferrão, em Salvador.
Em viagens nos anos 50 e 60, Lina coletou cerca de 2.000 objetos de arte popular em três Estados (Bahia, Ceará e Pernambuco), dos quais 850 foram recuperados pela Dimus (Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Estadual e Cultural da Bahia), órgão estadual. "Escolhemos 700 para expor, mas muita coisa se perdeu", conta Daniel Rangel, 33, diretor da Dimus.
"Em muitas coisas, não teve jeito, o tempo agiu", conta a museóloga Mary Rodrigues do Rio, 80, que teve contato com a coleção em 1978. "Eu enrolava em jornal, em paninhos. Fiz de tudo para mantê-las", conta ela, que, assim, salvou centenas de peças, abrigadas em toda sorte de locais inadequados. (MG)


O jornalista MARIO GIOIA viajou a convite da Dimus


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