São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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CRÍTICA/ROCK

WRM faz anos 80 parecerem atuais

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguém ainda agüenta freqüentar festas ou ouvir bandas e DJs cujas referências nos façam voltar sem escalas aos anos 80? Difícil. Assim, o sentimento não é dos mais agradáveis quando damos de cara com uma foto de um grupo como este White Rose Movement, que parece ter sido cuspido de um filme de John Hughes. Mas não é preciso mais do que uma ou duas músicas para entender por que esse quinteto londrino começa a ser motivo de boca a boca no circuito europeu.
O falatório em torno da banda teve início no ano passado, com o lançamento, independente e em edição limitada, do single "Love Is a Number". A canção, com uma agitada batida new wave e um poderoso refrão, ganhou a atenção de vários DJs e levou o White Rose Movement às pistas de dança.
E o grupo ganhou linhas de jornais, revistas e inúmeros blogs ao chamar Paul Epworth para produzir o primeiro álbum, "Kick". Epworth é o responsável pelo som rock-dançante da nova geração de bandas britânicas; ele produziu discos de Bloc Party, Futureheads, Maximo Park e The Rakes. Além de produtor, Epworth é DJ e, sob o apelido Phones, fez alguns concorridos remixes.
"Acho que tivemos uma bela conexão de identidades ao encontrarmos Paul", diz o guitarrista do WRM, Jasper Milton, por e-mail, à Folha. "Tentamos trabalhar com outros produtores e eles tentavam mudar o nosso som. Paul nos encorajou a experimentarmos algumas coisas. Além disso, ele gosta de farrear, e acho que esse espírito foi levado ao disco. Ele se refere ao nosso álbum como seu "fim de semana perdido"."
Além de Jasper, estão na banda Finn Vine (vocal, que também participou da entrevista), Owen Dyke (baixo), Taxxi (teclado) e Ed Harper (bateria). "Kick" foi lançado em abril na Europa; não tem previsão de chegada ao Brasil.
O nome, White Rose Movement, é emprestado de um movimento universitário de Munique de resistência ao nazismo. "O White Rose era um grupo pacífico de resistência, e pegamos o nome para, de certa forma, funcionar como um manifesto", explica Finn. "A banda foi criada no meio da entrada do nosso país em uma guerra. O nome é nossa pequena bandeira branca, nossa declaração de paz e resistência. E, também, gostamos do fato de que sugere algo elegante e bonito."
Além de "Love Is a Number", "Kick" já rendeu outros dois hits: "Alsatian" e "Girls in the Back".
"Os jornalistas têm problemas com o jeito com que nos vestimos, e as referências com bandas como Duran Duran vêm dali", diz Jasper, sobre as comparações com os anos 80. "Podemos até ter emprestado algumas coisas de Joy Division, mas somos mais influenciados por grupos como My Bloody Valentine e Curve. E sempre me lembro de Can, uma banda dos anos 70, ao ouvir "Alsatian". Acho que misturamos elementos dos anos 60 até hoje."
(THIAGO NEY)

Kick
    

Artista: White Rose Movement
Lançamento: importado
Quanto: R$ 75
Onde encontrar/encomendar: www.amazon.co.uk; www.velvetcds.com.br


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