|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA/ROCK
WRM faz anos 80 parecerem atuais
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguém ainda agüenta freqüentar festas ou ouvir bandas e DJs cujas referências nos façam voltar sem escalas aos anos
80? Difícil. Assim, o sentimento
não é dos mais agradáveis quando
damos de cara com uma foto de
um grupo como este White Rose
Movement, que parece ter sido
cuspido de um filme de John Hughes. Mas não é preciso mais do
que uma ou duas músicas para
entender por que esse quinteto
londrino começa a ser motivo de
boca a boca no circuito europeu.
O falatório em torno da banda
teve início no ano passado, com o
lançamento, independente e em
edição limitada, do single "Love Is
a Number". A canção, com uma
agitada batida new wave e um poderoso refrão, ganhou a atenção
de vários DJs e levou o White Rose Movement às pistas de dança.
E o grupo ganhou linhas de jornais, revistas e inúmeros blogs ao
chamar Paul Epworth para produzir o primeiro álbum, "Kick".
Epworth é o responsável pelo som
rock-dançante da nova geração
de bandas britânicas; ele produziu discos de Bloc Party, Futureheads, Maximo Park e The Rakes.
Além de produtor, Epworth é DJ
e, sob o apelido Phones, fez alguns
concorridos remixes.
"Acho que tivemos uma bela
conexão de identidades ao encontrarmos Paul", diz o guitarrista do
WRM, Jasper Milton, por e-mail,
à Folha. "Tentamos trabalhar
com outros produtores e eles tentavam mudar o nosso som. Paul
nos encorajou a experimentarmos algumas coisas. Além disso,
ele gosta de farrear, e acho que esse espírito foi levado ao disco. Ele
se refere ao nosso álbum como
seu "fim de semana perdido"."
Além de Jasper, estão na banda
Finn Vine (vocal, que também
participou da entrevista), Owen
Dyke (baixo), Taxxi (teclado) e Ed
Harper (bateria). "Kick" foi lançado em abril na Europa; não tem
previsão de chegada ao Brasil.
O nome, White Rose Movement, é emprestado de um movimento universitário de Munique
de resistência ao nazismo. "O
White Rose era um grupo pacífico
de resistência, e pegamos o nome
para, de certa forma, funcionar
como um manifesto", explica
Finn. "A banda foi criada no meio
da entrada do nosso país em uma
guerra. O nome é nossa pequena
bandeira branca, nossa declaração de paz e resistência. E, também, gostamos do fato de que sugere algo elegante e bonito."
Além de "Love Is a Number",
"Kick" já rendeu outros dois hits:
"Alsatian" e "Girls in the Back".
"Os jornalistas têm problemas
com o jeito com que nos vestimos,
e as referências com bandas como
Duran Duran vêm dali", diz Jasper, sobre as comparações com os
anos 80. "Podemos até ter emprestado algumas coisas de Joy
Division, mas somos mais influenciados por grupos como My
Bloody Valentine e Curve. E sempre me lembro de Can, uma banda dos anos 70, ao ouvir "Alsatian". Acho que misturamos elementos dos anos 60 até hoje."
(THIAGO NEY)
Kick
Artista: White Rose Movement
Lançamento: importado
Quanto: R$ 75
Onde encontrar/encomendar:
www.amazon.co.uk;
www.velvetcds.com.br
Texto Anterior: Crítica/Pop Rock: Teenage Fanclub traz mais de seu pop perfeito em novo Próximo Texto: Nas lojas Índice
|