São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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CONEXÃO POP

O som da Copa do Mundo


O rock produzido na África do Sul é tão bobo quanto o do Brasil; vale prestar atenção na música negra do país


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

É MAIS fácil encontrar bom rock produzido no Brasil do que na África do Sul. Por aí você percebe como é a situação no país que receberá Dunga, Kaká e Neym... (opa) daqui a alguns dias.
O rock feito no país de Nelson Mandela e do rugby traz alguns cacoetes que o aproximam daquele feito aqui e na Austrália: bandas que reverenciam velharias, músicas com arranjos caretas, letras sérias, pretensiosas. Assim se encaixa um grupo como o Just Jinjer, já chamados de "o U2 da África do Sul". Veja se você concorda no www.myspace.com/justjinjer.

 


Como boa parte dos sons africanos, a música do sul do continente aparece indiretamente no que se faz no hemisfério Norte. Em discos como "Graceland", álbum reverenciado de Paul Simon que abriga de corais a percussões inspiradas em ritmos da África do Sul.
À época -início dos anos 80- de "Graceland", a África do Sul estava sob o regime do apartheid. Simon foi colocado na lista de pessoas que furaram o boicote ao regime racista. O cantor provou que foi ao país com o apoio de uma associação de músicos negros sul-africanos e seu nome, então, foi retirado da lista.

 


Se te interessa saber qual a cara da música pop sul-africana, um bom começo é o portal www.surfmusic.de/country/south+africa.html. O site elenca praticamente todas as rádios que cobrem o país, com links para cada uma. Devido à colonização britânica e à língua, algumas bandas sul-africanas chegam a ganhar algum espaço no Reino Unido, como os Parlotones, grupo que hoje está radicado em Londres (www.myspace.com/theparlotones).

 


Mas, se eu fosse você, não daria muita atenção ao pop-rock branco feito no país. Vá direto à música negra produzida ali, cujas raízes vão até o mbaqanga (ritmo dançante que pode ser comparado a country, reggae e dancehall) e ao isicathamiya (criado nos anos 60 pelos King Star Brothers). Entre os gêneros populares, está o kwaito, que une dance music com hip hop. Alguns nomes que se destacam são Big Idea (www.myspace.com/bigideaband), Ladysmith Black Mambazo (tradicionalíssimo grupo fundado nos anos 60), Juluka e o figura Syd Kitchen, que está na ativa há décadas (www.myspace.com/sydkitchensa). Quem assistir à Copa in loco provavelmente ouvirá bastante reggae. O gênero é bem forte no país, graças a gente como Lucky Dube, morto em 2007 e que lançou o popular álbum "Slave" em 1990 (www.luckydubemusic.com).

 


Fábio Massari fará um especial sobre rock indie sul-africano em programa na Oi FM (em São Paulo, 94,1 MHz) no domingo, às 22h.

thiago.ney@uol.com.br


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