São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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Crítica

Sensação de redundância domina 4º filme da série

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

O diretor McG (que levou a série de TV "As Panteras" para o cinema) diz a que veio em "O Exterminador do Futuro: A Salvação" logo na sequência inicial, cujo ápice ocorre em um helicóptero pilotado por John Connor (Christian Bale), o líder da resistência humana contra as máquinas nos EUA distópicos de 2018. Ação, ação, ação.
Há um modo mais simples de encará-la, sem necessidade de lidar com informações dos três filmes anteriores: de um lado, os mocinhos da resistência; de outro, os vilões da Skynet, empresa de tecnologia que funciona por conta própria. Mocinhos querem sobreviver desligando ou destruindo máquinas, vilões querem matá-los.
A maneira mais complicada, no entanto, conduz a remissões capazes de explicar por que o guerrilheiro Kyle Reese (o ator Anton Yelchin, o personagem Chekov do novo "Star Trek"), pai de Connor, pode ser mais novo do que o filho, e por que ambos encabeçam a lista de cabeças a prêmio da Skynet, entre outras referências.
Além de tomar cuidado para encaixar as peças da história em seus devidos lugares e dar o pontapé em nova trilogia com os personagens, "A Salvação" faz diversos acenos aos fãs, como o retorno de frases-chave (a mais célebre é "I'll be back", eu voltarei) e de circunstâncias de ação, como cenários e estripulias motorizadas.
As conexões se estendem também a outras mitologias do universo pop, como as criaturas de "Transformers", que parecem inspirar o desenho de máquinas cambiantes da Skynet - conglomerado de tentáculos ameaçadores que lembra os piores pesadelos contemporâneos sobre o poder de grandes corporações.
Se existem planos para outros dois longas, há um problema comum a primeiros capítulos de trilogias, a inevitabilidade de certos rumos, sem os quais a história não continuaria. O diretor McG faz as pirotecnias que pode para desviar a atenção do óbvio, mas prevalece a sensação de que já se viu quase tudo disso nos três longas anteriores.


Avaliação: regular



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