São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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CINEMAS/ESTREIAS

Humanos são minoria no novo "Terminator"

Quarto filme da franquia "Exterminador do Futuro" vê mundo pós-apocalíptico

Na pele de John Connor, Christian Bale tenta salvar raça humana em produção milionária dirigida por McG, de "As Panteras"



LUCAS NEVES
ENVIADO ESPECIAL A ALBUQUERQUE (EUA)

Na ficção de "O Exterminador do Futuro: A Salvação", quarto filme da franquia, corre o ano de 2018. O Dia do Julgamento Final, aquele em que a rede de inteligência artificial Skynet dispensou o controle humano e passou à autogestão, ocorreu 14 anos antes.
A humanidade, na ocasião, foi praticamente dizimada pelas máquinas. Quem restou se esconde em bunkers subterrâneos, túneis ou submarinos. John Connor (Christian Bale), perseguido pelos robôs desde o primeiro filme -quando ainda estava na barriga da mãe, Sarah-, será o líder da Resistência e principal estrategista de um plano para invadir a sede da Skynet e libertar reféns.
Na realidade do set de "Exterminador" (até onde isso é possível, bem entendido), é junho de 2008, e um sol inclemente castiga Albuquerque, cidade do Novo México cujas paisagens desérticas atraem cada vez mais produções de Hollywood. Sem falar na isca lançada pelo governo do Estado, que ressarce 25% dos gastos com as filmagens locais.
Na chegada ao estúdio, às 13h, a comitiva de jornalistas estrangeiros é avisada de que mister Bale não falará. "Ele é um "method actor" [ator de método]", justifica a assessora, referindo-se à técnica realista de interpretação difundida pelo Actor's Studio. Até as 22h30, quando terminarem os trabalhos do dia, Bale andará em linha reta várias vezes entre o estúdio e seu trailer, sempre cabisbaixo e sem dar um pio.
Meses depois, quando chega a notícia de que ele soltou os cachorros para cima de um diretor de fotografia que estaria mal posicionado no set, tem-se uma pista de seu real "método": à base de catarse.
Para compensar a mudez do astro, a assessora alista um batalhão. Martin Laing, o diretor de arte, mostra a nova geração de exterminadores: há "hydrobots" (máquinas aquáticas na forma de enguias), "mototerminators", T-600's (antecessores do T-800 que Arnold Schwarzenegger "interpretava" nos três primeiros filmes).
O figurinista Michael Wilkinson conta que pesquisou exércitos de resistência do mundo todo para chegar à indumentária do grupo encabeçado por Connor. O resultado diz, é uma mistura de "look Exército com vintage streetwear e referências às vestes dos povos autóctones americanos". Só vendo para tentar entender.
No fim da jornada, o diretor McG (de "As Panteras") diz que sua ideia era aliar "o pulso de "Fillhos da Esperança" à rapidez de "Transformers'", num filme "com ramificações filosóficas". "Me interessa investigar onde a ciência acaba e a humanidade, a alma, começa. Não sou paranoico, mas o mundo está em perigo. Há o aquecimento global, a escalada nuclear, a crescente autossuficiência das máquinas. Abrimos a caixa de Pandora... espero que o filme sirva de alerta."

O jornalista LUCAS NEVES viajou a convite da Sony Pictures


O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO

Direção: McG
Produção: EUA, 2009
Com: Christian Bale, Sam Worthington
Onde: em cartaz no Bristol, Eldorado e circuito
Classificação: 14 anos




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