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DISCO/LANÇAMENTO
Cantora paulistana convida Guinga e Raimundos para participar de "Santa Rita de Sampa"
Rita Lee se auto-homenageia em CD
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Rita Lee em fotomontagem do encarte do "Santa Rita de Sampa"
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PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
Rita Lee resolveu, em seu 25º disco (somadas parcerias com Mutantes, Tutti Frutti, Gil e Roberto
de Carvalho), homenagear a si
própria: "Santa Rita de Sampa" é
o nome do novo CD.
Além do autotributo, Rita devolve em "Homem-Vinho", 19 anos
depois, a citação de Caetano em
"Sampa" e recebe como convidados Guinga e os Raimundos.
Reclusa, Rita evita contato direto
com a imprensa e divulga o CD via
e-mail. Leia a seguir trechos da entrevista eletrônica.
Folha - A que direção sua música
aponta neste novo disco?
Rita Lee - Acho que para todas
as direções. Tem pauleiras, baladas, brega, chorinho, toada e "latinidad". Gosto de uma boa salada
mista com temperos variados, sou
aluna exemplar do tropicalismo.
Folha - "Santa Rita de Sampa" é
uma auto-homenagem? Por quê?
Rita - A musica "Santa Rita de
Sampa" é auto-deboche misturado com auto-estima. Foi baseada
no que as pessoas me dizem na rua
acrescentado do que eu penso de
mim mesma quando me olho no
espelho. Afinal, não é todo mundo
que chega bonitinha aos cinquentinha feito eu, não é mesmo?
Folha - As fotos do encarte citam
Marlene Dietrich?
Rita - Puxa vida, vi todos os filmes de Fred Astaire para copiar o
modelito, e você me confunde
com La Dietrich? Já passei da fase
noviça, hoje tenho pretensões a
santa mesmo. Visto-me à la Mr.
Astaire por idolatria.
Folha - Qual a idade das canções
do CD? São em geral novas ou estavam no baú da Rita?
Rita - "Tum Tum" é de 79,
agora com arranjo maravilhoso do
Guinga. "Ando Jururu" deve ser
da época Tutti Frutti, e foi ouvindo
o arranjo que os Raimundos fizeram que me dei conta de que dava
panos para manga. Tirando "Menino de Braçanã", de Luiz Vieira e
Arnaldo Passos, o CD é feito de
músicas novas compostas no período da "Zorra" e posterior.
Folha - O refrão de "Tum Tum"
está também no disco dos Virgulóides. Existe alguma sincronia?
Rita - Essa letra rolava nas excursões da minha escola. Espero
que os Virgulóides não me processem por plágio, seria difícil provar
minha tese.
Folha - "Santa Rita de Sampa"
precisava necessariamente conter
uma homenagem a Caetano?
Rita - O disco é meu e homenageio quem eu quiser! Caetano é
meu mestre há 30 anos. Sou uma
discípula grata por ter aprendido
com ele e Gil a fazer música.
Folha - Por que o nome de Roberto de Carvalho desapareceu das
capas de seus CDs?
Rita - Ele assina os arranjos e a
produção deste trabalho, além de
ser seu co-autor. A contratada da
PolyGram sou eu, e Roberto está
presente da maneira correta.
Folha - Por que e-mail em vez do
contato pessoal com a imprensa?
Rita - Visei a segurança da imprensa. Não sei se você sabe, tenho
um lado Mike Tyson quando me
dão cabeçadas distorcendo palavras ou perguntando quando vai
ser minha próxima overdose.
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